22 Novembro 2021
“Impulsar uma Igreja em saída sinodal, reavivar o espírito da V Conferência Geral do Episcopado que, em Aparecida em 2017, nos convocou a sermos discípulos missionários”. É assim que o Papa Francisco vê a Assembleia Eclesial da América Latina que iniciou neste domingo 21 de novembro.
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
Agradecendo a presença daqueles que participam da Assembleia, que define como “uma nova expressão do rosto latino-americano e caribenho da nossa Igreja, em sintonia com o processo preparatória da XVI Assembleia geral do Sínodo dos Bispos”. Na sua breve reflexão, o Santo Padre remete aos “pontos chave que vertebram e orientam a sinodalidade: comunhão, participação e missão”.
O Papa Francisco reflete em base a duas palavras: escuta e desborde. Ele, falando da escuta, insiste em que “o dinamismo das assembleias eclesiais está no processo de escuta, diálogo e discernimento”. Isso é fruto do intercambio, que “facilita ‘escutar’ a voz de Deus até escutar com Ele o clamor do povo, e escutar o povo até respirar nele a vontade à qual Deus nos chama”. O Santo Padre pede aos membros da Assembleia, se escutar mutuamente e escutar os clamores dos mais pobres e esquecidos.
Falando do desborde, o Papa Francisco reflete sobre o discernimento comunitário, que leva a “poder encontrar juntos a vontade de Deus”, superando divisões e polarizações. Partindo do “desborde” do amor criativo de seu Espírito, Deus “nos impulsa a sair sem medo ao encontro dos outros”, a ser uma Igreja “mais evangelizadora e missionária”, insiste o Papa.
Aos participantes na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, Cidade do México, 21 a 28 de novembro de 2021
Saúdo cordialmente aos participantes na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que será realizada de 21 a 28 de novembro na Cidade do México com o desejo de impulsar uma Igreja em saída sinodal, reavivar o espírito da V Conferência Geral do Episcopado que, em Aparecida em 2017, nos convocou a sermos discípulos missionários, e animar a esperança, vislumbrando no horizonte o Jubileu Guadalupano em 2031 e o Jubileu da Redenção em 2033.
Agradeço-lhes sua presença nesta Assembleia, que é uma nova expressão do rosto latino-americano e caribenho da nossa Igreja, em sintonia com o processo preparatória da XVI Assembleia geral do Sínodo dos Bispos que tem como tema: “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Em base a estes pontos chave que vertebram e orientam a sinodalidade – comunhão, participação e missão – gostaria refletir brevemente sobre duas palavras para que as tenham em conta de modo especial neste caminho que estão fazendo juntos.
A primeira palavra é “escuta”. O dinamismo das assembleias eclesiais está no processo de escuta, diálogo e discernimento. Numa assembleia, o intercambio facilita “escutar” a voz de Deus até escutar com Ele o clamor do povo, e escutar o povo ate respirar nele a vontade à qual Deus nos chama. Peço-lhes que procurem se escutar mutuamente e escutar os clamores de nossos irmãos e irmãs mais pobres e esquecidos.
A segunda palavra é “desborde”. O discernimento comunitário precisa de muita oração e diálogo para poder encontrar juntos a vontade de Deus, e também precisa encontrar caminhos superadores que evitem que as diferenças se tornem divisões e polarizações. Neste processo, peço ao Senhor que vossa Assembleia seja expressão do “desborde” do amor criativo de seu Espírito, que nos impulsa a sair sem medo ao encontro dos outros, e que anima a Igreja para que, por um processo de conversão pastoral, seja cada vez mais evangelizadora e missionária.
Queridos irmãos e irmãs, lhes animo a viver estes dias acolhendo com gratidão e alegria este chamado ao desborde do Espírito no Povo fiel de Deus que peregrina na América Latina e no Caribe. Que Jesus lhes bendiga e a Virgem Santa lhes cuide com sua proteção maternal. E, por favor, não esqueçam de rezar por mim.
Fraternalmente Francisco
Roma, São João de Latrão, 15 de outubro de 2021.
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Papa Francisco aos participantes da Assembleia Eclesial: escutar a Deus e, ao mesmo tempo, os pobres e esquecidos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU