26 Outubro 2021
Pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, liderados pela colega Lindsay Matthews, desenvolveram projeto com 16 bezerros de cinco meses de idade com o propósito de treiná-los a fazerem suas necessidade na latrina, num espaço específico. O projeto quer encontrar meios de diminuir o impacto que a pecuária causa no ambiente, em especial com a emissão de gases causadores do efeito estufa.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Depois de dez sessões de treinamento, relata o repórter Rodrigo Lara, do UOL, 11 dos 16 bezerros passaram a usar a latrina 77% do tempo. Ao urinarem e defecarem em um espaço específico, evita-se que a mistura de urina e fezes emita o óxido nitroso e amônia para o ambiente. Adotada a latrina em ampla escala, essa proposta ajudaria a diminuir o efeito estufa que o gado provoca, mas não seria a solução completa.
Além do óxido nitroso, bois e vacas também produzem o metano, que agrava o efeito estufa. A emissão do metano ocorre por meio de arrotos e peidos do gado, fruto da fermentação do capim. Essa questão está sendo atacada por duas outras iniciativas.
A primeira é liderada pelo pesquisador John Wallace, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, que procura promover melhorias genéticas em bois e vacas, fazendo que seus organismos deixem de funcionar como pequenas usinas de metano no processo digestivo. Ainda assim, a solução seria parcial.
O cientista Maik Kindermann, líder do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da DSM, uma multinacional holandesa que atua na área de nutrição e saúde, desenvolveu uma molécula capaz de fazer bois e vacas emitirem 30% menos gases. O objetivo é que essa molécula seja incluída em rações e, assim, diminuir em até 70% a emissão de metano dos rebanhos.