14 Outubro 2021
O papa Francisco não irá para a COP26 sobre o clima a ser realizada em Glasgow, de 31 de outubro a 12 de novembro, como foi inicialmente pensado. Mas nos últimos dias, em vista do encontro escocês, o ativismo do Papa Francisco sobre a questão ambiental se intensificou.
A reportagem é de Luca Kocci, publicada por il manifesto, 10-10-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Ontem o pontífice recebeu no Vaticano os participantes do encontro interparlamentar em preparação à COP26, promovido pela Itália e pelo Reino Unido, que teve lugar em Montecitorio de 8 a 9 de outubro (no encontro entre os cientistas, estava presente também o novo prêmio Nobel Giorgio Parisi), a quem fez um apelo para que se empenharem para salvar o planeta, porque já não há mais tempo.
O papa pediu aos governos que "adotem rapidamente um caminho que limite o aumento da temperatura média global". Em particular, o convite é para promover "a transição para a energia limpa", para ativar "práticas de uso sustentável do solo preservando as florestas e a biodiversidade", para favorecer "sistemas alimentares que respeitem o meio ambiente e as culturas locais", para levam em frente "a luta contra a fome e a desnutrição e encorajar “estilos de vida, consumo e produção sustentáveis”. Ou seja, a “transição para um modelo de desenvolvimento mais integral e integrante, baseado na solidariedade e na responsabilidade”. O papel dos parlamentares é “decisivo”, advertiu Francisco: “Como principais atores da atividade legislativa, vocês têm a função de orientar os comportamentos através dos diversos instrumentos oferecidos pelo direito”, tendo como finalidade o “bem comum”, “a dignidade da pessoa humana, a solidariedade e a subsidiariedade”. Em suma, uma ação legislativa concreta para "alcançar os objetivos estabelecidos pelo Acordo de Paris e contribuir para o resultado positivo da COP26".
“Devemos isso aos jovens, às gerações futuras que merecem todo o nosso empenho para poder viver e ter esperança - concluiu o Papa -. Para isso, precisamos de leis urgentes, sábias e justas, que superem as barreiras estreitas de muitos ambientes políticos”. Greta Thumberg, Vanessa Nakate e os jovens de Fridays for Future agradecem. Poucos dias antes, no dia 4 de outubro, no encerramento do encontro "Fé e ciência: rumo à COP26", foi assinado no Vaticano um "apelo conjunto" dos principais líderes religiosos mundiais endereçado aos participantes da COP26. As assinaturas no apelo estranhamente não são mostradas, mas no encontro estavam todos os líderes, ou quase: cristãos, anglicanos, muçulmanos, judeus, hindus, sikhs, budistas, confucionistas, taoístas, zoroastristas, jainistas. Só faltou o Dalai Lama, mas sua ausência se explica por razões geopolíticas: a reaproximação entre o Vaticano e a China esfriou inevitavelmente as relações entre o papa Bergoglio e Tenzin Gyatzo.
O apelo, entregue a Alok Kumar Sharma (presidente da Cop26) e ao chanceler Luigi Di Maio, copresidente da COP26 pois a Itália dirige o G20, é claro: "O tempo está se esgotando", as mudanças climáticas vão atingir "os mais pobres , que são os menos responsáveis por este fenômeno". Portanto, é necessária uma "nova economia" que respeite o meio ambiente e "não se baseie no crescimento ilimitado". E medidas concretas: redução das emissões de carbono para limitar o aumento da temperatura, transição para a energia limpa, conservação das florestas e da biodiversidade.
Materiais úteis para a COP26 em Glasgow, da qual Francisco não participará, não confirmando o que o próprio Bergoglio havia afirmado em entrevista à rádio espanhola Cope em setembro. Houve a operação ao cólon no verão, a recente viagem à Hungria e Eslováquia, uma nova viagem à Grécia e Chipre planejada para dezembro então no Vaticano decidiram reduzir seus compromissos. No entanto, estará presente o número dois da Santa Sé, o Secretário de Estado Cardeal Pietro Parolin.
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Pré-COP26, o roteiro do papa para os parlamentares - Instituto Humanitas Unisinos - IHU