"Esperemos que, ao final do Sínodo, o laicato, homens e mulheres, possam ser incluídos em muitos processos decisórios. Que não se venha com a afirmação verdadeira, mas não completa, de que cabe ao leigo e a leiga o 'mundo' e que eles e elas devem deixar todo o resto para os ministros ordenados. Ninguém tem duvida que desde a Constituição Pastoral Gaudium et Spes que o campo principal de atuação do laicato é a sociedade civil", escreve Celso Pinto Carias, doutor em Teologia pela PUC-Rio, assessor das CEBs do Brasil e do Setor CEBs da Comissão Pastoral Episcopal para o Laicato da CNBB e, nas palavras do autor, "um mendigo de Deus".
Desde o início do pontificado de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, a dinâmica de uma Igreja Sinodal foi reaparecendo. Então, quando ele convoca o Sínodo Geral sobre a sinodalidade que terá o seu cume em outubro de 2023, ficou evidente a sua pretensão em retomar com vigor a eclesiologia do Concílio Vaticano II.
Um pontificado que já vinha me animando muito no serviço eclesial me deixou ainda mais entusiasmado, pois tive a graça de viver a dinâmica de uma Igreja Sinodal por 23 anos, em Duque de Caxias, RJ, quando outro bispo, Dom Mauro Morelli, tomou posse em 1981 de uma nova diocese que surgia na Baixada Fluminense.
O que é surpresa para muitos católicos do mundo, não é surpresa para quem viveu, por muito tempo, a graça de uma Igreja com comunhão e participação de todo Povo de Deus. E sabemos que outras dioceses do Brasil e da América Latina também viveram experiências semelhantes.
A intenção desta narrativa é fazer uma memória reflexiva do caminho realizado na Diocese de Caxias em sintonia, na medida do possível, com outras perspectivas que confirmam a necessidade de uma Igreja Sinodal. Neste sentido, é fundamental nos colocarmos em comunhão com Francisco para aprofundar a sinodalidade como uma perspectiva estrutural da Igreja. Mas sem ilusões. Sabemos que não será fácil, pois há interesses contrários em jogo. Como diz um sábio padre argentino meu amigo, Juan Angel, vamos tentar colocar o pé na porta para ela não mais se fechar.
Primeiramente vamos recordar brevemente como foi em Caxias. Depois traremos alguns elementos que possibilitam afirmar tradicional, teológica, e evangelicamente, que Caminhar Juntos (Sínodo) não é um mero complemento a eclesiologia do Concílio Vaticano II. Porém, faremos isso de modo sintético e narrativo, pois do pós-concílio até hoje existe ampla bibliografia e experiência que demonstram o fundamento de tal perspectiva. Certamente, nos próximos meses, muita gente competente vai escrever sobre o assunto. Já têm surgido bons trabalhos. Mas esta reflexão tem também um caráter de clamor. Não dá mais para ser tratado como súdito na Igreja.
Em 12 de julho de 1981, com a instalação da Diocese, inicia-se também o ministério pastoral do 1º Bispo: Dom Mauro Morelli. Depois de um ano de escuta ele propõe o Sínodo Diocesano: “Desde o começo percebemos que somos chamados a viver unidos. Para isso precisamos nos conhecer, estudar juntos, conversar, trocar experiências e, principalmente rezar. A Unidade é um dom, mas também um conquista” (Caderno sobre Sínodo publicado em 15 de agosto de 1982). Este Caderno é uma relíquia que mereceria ser publicado integralmente. Faremos somente alguns destaques.
A caminhada sinodal foi iniciada com a eleição de uma equipe de coordenação formada por padres, religiosas e leigos/as. Na celebração de Pentecostes, 30 de maio de 1982, com representação de todas as comunidades diocesanas o Sínodo foi iniciado oficialmente.
Duas razões de fundo foram apresentadas para justificar a convocação sinodal:
a) Descobrir o rosto, a voz e o jeito de nossa Igreja em sintonia com três acontecimentos eclesiais de enorme importância: O Concílio Vaticano II, Conferência de Medellin e a Conferência de Puebla.
b) Estudar a realidade (Problemas e sofrimentos de nossa vida, de nossa gente e de nossas cidades) e iluminados pelo Evangelho, definir o que faremos juntos com outras religiões e pessoas amantes da justiça – para contribuir com uma sociedade mais humana e justa.
A partir de então o Sínodo foi se realizando através de um amplo processo de participação de todas as forças vivas da diocese. Foram produzidos materiais que pudessem chegar às mãos dos/as servidores/as mais simples das comunidades. Sem telefone celular e muito menos internet, foi garantida uma estrutura que possibilitou a escuta de muita gente e não apenas de representantes. Reuniões e encontros que passavam por Assembleias Comunitárias até Assembleias Diocesanas. Em palestra proferida em 27 de julho de 1982, no encontro de preparação ao Sínodo, Dom Mauro destaca: “A comunidade é o lugar mais importante para realizar e viver o Sínodo. Nas comunidades é que se forma testemunhas de Cristo. De comunidades vivas e fortes, partem missionários e evangelizadores. Será na procura sincera de todos os membros das comunidades que descobriremos a vontade de Deus a nosso respeito” (Caderno Sínodo, p. 12).
Depois de muita reflexão, idas e vindas em busca do melhor caminho, Dom Mauro promulga o primeiro documento sinodal: “Batismo na vida e na missão da Igreja – Diretrizes pastorais para o batismo de crianças”, em 25 de dezembro de 1986. Entre os pontos de apresentação do documento destacamos o número 3: “Pelo batismo temos a mesma dignidade. De acordo com os dons recebidos e realizando tarefas diferentes, devemos viver a responsabilidade própria de cada um e de todos os batizados”. E 30 anos depois, em carta apostólica dirigida ao Cardeal Marc Oullet, o Papa Francisco diz absolutamente a mesma coisa: “O primeiro sacramento, que sela para sempre a nossa identidade, e do qual deveríamos ser sempre orgulhosos, é o Batismo... Ninguém foi batizado sacerdote nem bispo. Batizaram-nos leigos e é o sinal indelével que jamais poderá ser apagado”. (Documentos da Igreja – 31 – CNBB, p.12)
Em 1988, outro documento vai orientar o caminho eclesial na diocese: “Em Assembleia Sinodal, com a participação de 500 delegados das Comunidades, religiosas e pastores, aprovamos o documento: Comunhão, Co-responsabilidade e Coordenação Pastoral da Igreja em Duque de Caxias e São João de Meriti”. E vejam como fui intitulado o Sínodo que começará em outubro de 2021: «Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão». Interessante, não?
Na apresentação do documento Dom Mauro insiste: “Queremos ser uma Igreja de Comunidades. Uma Igreja clerical ou laicizada não corresponde aos nossos anseios e aos apelos do Espírito, menos ainda poderá testemunhar a Ressurreição do Senhor e contribuir para a libertação do Povo” (Caderno publicado pelas Edições Loyola, p. 9). Este documento sofreu uma pequena revisão feita pelo segundo bispo: Dom José Francisco Resende Dias, em 2009, mas sem nenhuma mudança substancial.
A síntese aqui apresentada não permite discorrer quanto à imensa riqueza destes anos. Outros processos foram estabelecidos, como a questão da catequese, chegando também à produção de um documento. Porém, não foi possível, antes de terminar o pastoreio de Dom Mauro, enraizar o que seria, possivelmente, o ápice do processo sinodal, isto é, o “Plano Diocesano de Comunhão e Administração de Bens”. A questão dos bens é um nó, sem dúvida, para a Igreja como um todo. E somente em uma Igreja Sinodal será possível viver o que está nos Atos dos Apóstolos: “Os cristãos tinham tudo em comum” (At 2, 42-47).
A memória do que foi vivido em Duque de Caxias e São João de Meriti nos permite agora acolher a convocação do Papa Francisco com grande esperança. Porém, será necessário participar ativamente do processo, trazendo uma fundamentação que nos permita concluir que a sinodalidade não é apenas uma metodologia, mas elemento fundamental da própria estrutura eclesial. Vamos então, recordar alguns traços que será exigido de nós neste período sinodal até 2023.
Este título é uma frase contida na “Oração pelo Sínodo Diocesano” composta por Dom Mauro: “Queremos ser uma Igreja de irmãos, presença nova do Cristo –pastor na Baixada Fluminense”. Rezamos muitas vezes essa oração em nossas reuniões e encontros.
Será que desejamos ser, de fato, uma Igreja de irmãos e irmãs como um todo, ou vamos procurar subterfúgios para justificar apenas posições de poder autoritário e de privilégios materiais? Será que seremos capazes de não apenas ampliar mecanismos de consulta, mas de real compromisso com a participação de todo Povo de Deus?
O Concílio Vaticano II foi chamado por muitos de volta às fontes. E de fato é. Precisaremos, com persistência, lembrar que não se trata de algo absolutamente novo, mas de fidelidade ao Caminho. Seguidores do Caminho, assim os/as primeiros/as que tiveram a graça de encontrar o Senhor se chamavam. Sempre gosto de lembrar isso. E agora o Documento Preparatório para o Sínodo evidencia esta realidade com força.
O Documento Preparatório (DP), lançado dia 07 de setembro do corrente ano, “Para uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão”, será um guia imprescindível para esta jornada. Ele é uma síntese que consegue, em poucas páginas, resgatar o essencial. Indica também para a leitura o Discurso na Comemoração do cinquentenário da instituição do Sínodo dos Bispos, pronunciado pelo Papa Francisco no dia 17 de outubro de 2015, e o documento A sinodalidade na vida e na missão da Igreja, elaborado pela Comissão Teológica Internacional e publicado em 2018.
Mesmo que os documentos tenham uma rigorosa clareza e fundamentação já começam a aparecer interpretações que diminuem a qualidade inclusiva que o Sínodo está propondo. É possível perceber isso quando se acentua o múnus episcopal de governar e ensinar, o que é verdade, mas praticamente não considerando que as pessoas consagradas neste primeiro grau do sacramento da ordem são parte do Povo de Deus. O clericalismo tem uma força cancerígena. Percebemos, já faz algum tempo, como tal perversão pode estar até mesmo no ministério do diaconato permanente. Sem generalizações, constata-se como o diácono casado que viveu, na maioria dos casos, a maior parte de sua vida no estado laical, pode rapidamente se colocar em posição clericalista. Dom Mauro demorou a ordenar diáconos casados, pois insistia que este deveria estar mais a serviço da caridade do que da liturgia. Ele chegou a me convidar, mas disse a ele que seria difícil manter o diaconato permanente na perspectiva do serviço da caridade ou da administração eclesial, por isso não aceitei.
O processo sinodal instalado por Dom Mauro foi, muitas vezes, acusado de prestigiar o laicato em detrimento do clero. Uma crítica absolutamente injusta. O que o irmão Morelli desejava era uma Igreja toda ela ministerial. Em uma Igreja assim há espaço e importância para todos, e todas também, que desejam seguir, sinceramente, o Caminho de Jesus Cristo. O “e todas também” é apenas para lembrar que no interior do laicato são as mulheres ainda mais marginalizadas no exercício da ministerialidade, e por razões antropológicas e não teológicas. Chega a ser cômico negar ministérios as mulheres lembrando o fato de que Jesus de Nazaré foi um homem e não uma mulher.
Ora, falar de uma Igreja toda ela ministerial está na essência das pretensões do Concílio e em nada diminui o valor e a necessidade do ministério ordenado. Pelo contrário, recoloca a Igreja, como diz o DP, no interior de uma perspectiva constitutivamente sinodal. Citando São João Crisóstomo o documento lembra: “Igreja e Sínodo são sinônimos”. Não há diminuição da missão dos ordenados, sobretudo dos bispos, dentro de uma comunidade hierarquicamente estruturada, mas sim o aprofundamento de que somente caminhando juntos podemos ser, de fato, sacramento universal de salvação.
Há ainda algo que também começa a ser ressaltado nas primeiras reflexões do processo sinodal. Trata-se de acentuar a dimensão da colegialidade episcopal como o principal conteúdo do processo. Sim, de novo, inegavelmente sínodos são instrumentos de aperfeiçoamento da colegialidade. Contudo, tal realidade deve ser exercida como Povo de Deus. Muitos insistem em afirmar que a Igreja não é uma democracia. No entanto, mesmo não sendo uma democracia, nada impede que exista um método democrático de governar. Este método na Igreja se chama sinodalidade. O DP faz uma observação muito interessante quando começa a explicar o processo prático do Sínodo: “o seu objeto – a sinodalidade – é também o seu método”. A colegialidade precisa ser reflexo deste método. O episcopado não pode se tornar uma espécie de câmara dos senadores romanos que decidem por sua conta e risco. Lembrando o episódio entre Pedro e Cornélio (At 10) o documento narra como Pedro tenta refutar o próprio Deus: “De modo algum, Senhor” (At 10,14). A lógica de Pedro não era inclusiva. Muito interessante, nunca tinha me dado conta de tal interpretação. Há muito disso ainda na vida eclesial: pessoas que querem se colocar no lugar de Deus. Como tem dito frequentemente o Papa Francisco, podem fazer da Igreja uma alfandega, sempre prontos pra fiscalizar erros, e não a Casa do Acolhimento.
Por último, mas não finalmente, pode-se argumentar que a Tradição Eclesial, ao longo da história, foi aperfeiçoando a doutrina, e, portanto, é preciso ter atenção para isso. E, nesta direção, as normas devem ser seguidas para evitar que a unidade seja maculada por ideologias ou mesmo por interesses escusos. O que também tem todo o fundamento. Mas qual o critério de fundo para elaborar e interpretar leis? Vamos pontuar alguns elementos.
Não há dúvida alguma que Jesus Cristo colocou o AMOR como norteador da interpretação da Lei. Isto não significa dizer que o Nazareno foi um anarquista. Não, Ele era um bom judeu. No entanto, quis revelar o principio fundamental que regula todo comportamento, isto é, a inclusão e a defesa da vida. O “era dia de sábado” é repetido muitas vezes nos Evangelhos justamente para afirmar que o ato de amor, feito por Jesus, ou por qualquer pessoa, não pode ser bloqueado pela Lei. Em Mc 3,1-6, narrativa onde o Cristo cura no dia de sábado, o último versículo termina com o desejo que os inimigos dele passaram a ter de um dia mata-lo, o que acabou acontecendo. O DP lembra que não assumir a perspectiva inquietadora da cruz é um sinal evidente daquele que divide os caminhantes. Não querer caminhar juntos é demoníaco.
Neste sentido, o risco de instrumentalizar o Código de Direito Canônico (CIC) para a manutenção dos interesses que buscam a autorreferencialidade é grande. O meu professor de direito, o Pe. Antônio da Silva Pereira, já falecido, dizia que só se pode interpretar as normas do Código com a eclesiologia do Vaticano II na mente e no coração. Um pouco antes de morrer conseguiu publicar um livro que todos os batizados deveriam ler: “Participação dos leigos nas decisões da Igreja Católica”, Edições Loyola, PUC-Rio, 2014.
Muitos empunharão o CIC nas mãos e tentarão dizer que isso ou aquilo não é possível porque está na lei. A lei é necessária, pois somos pecadores. Mas ela não pode ser instrumento de opressão. Um conhecido de uma determinada diocese do Brasil me contou que um padre jovem, recém-empossado como pároco, na primeira reunião do Conselho Paroquial, trouxe o livro do CIC, colocou sobre a mesa e disse: “Quem manda aqui sou eu, este livro me autoriza”.
Pe. Pereira, depois de uma exaustiva análise de textos canônicos, conclui: “Ressalto que essa participação nas decisões com voto deliberativo nem teológica nem juridicamente põe em risco a autoridade da Igreja e de seus pastores, como ficou demonstrado em vários lugares deste volume e na minha tese de doutorado devidamente aprovada pela banca de professores da Gregoriana e que cito na bibliografia geral.” (p. 176).
Esperemos que, ao final do Sínodo, o laicato, homens e mulheres, possam ser incluídos em muitos processos decisórios. Que não se venha com a afirmação verdadeira, mas não completa, de que cabe ao leigo e a leiga o “mundo” e que eles e elas devem deixar todo o resto para os ministros ordenados. Ninguém tem duvida que desde a Constituição Pastoral Gaudium et Spes que o campo principal de atuação do laicato é a sociedade civil. Mas também não é possível retirar de leigos e leigas a missão de cooperar com o caminho evangelizador por dentro da Igreja, pois pelo batismo todos temos parte na missão, na Igreja e no mundo (Lumen Gentium, 76).
É lamentável que bispos eméritos não possam ter uma participação mais efetiva na vida da Igreja. Dom Mauro este mês completa 86 anos. Se não fosse pela distância e pela pandemia, teria encontrado com ele mais vezes, pois toda vez que isso acontece recebo uma injeção de esperança. Ele poderia muito bem contribuir com este Sínodo.
Do mesmo modo o Papa Francisco, que fará 85 anos em dezembro, é um grande sinal de esperança. Quando terminei de ler a Evangelli Gaudium – A alegria do Evangelho, escrevi abaixo de sua assinatura: obrigado. Gostaria muito de poder dar um abraço nele, mas sou um modesto teólogo periférico. Quem sabe algum amigo não faz chegar a ele esta narrativa (rs).
Há um longo caminho a ser trilhado que não terminara em 2023 com as conclusões do Sínodo sobre a sinodalidade. Contudo, citando o Papa Francisco, por favor, “Não deixemos que nos roubem a esperança” (EG, 86). Repito: não nos trate como súditos ou como bebês que não podem comer alimento sólido.
Poucos são os bispos com os quais converso hoje em dia sem medo, pois é preciso medir as palavras para não ser mal interpretado. Não há problema em ser corrigido. Tem uma situação acontecida entre mim e Dom Luciano Bergamin, bispo emérito da Diocese de Nova Iguaçu, que guardo com muito carinho. Ele é um bispo que não tenho medo de conversar. Em palestra ao Conselho de Leigos de sua diocese, fiz uma observação crítica, e isso faz tempo, aos canais de TV de inspiração católica e mencionei a reza do terço no mesmo horário em todos os canais, dizendo que parecia haver uma concorrência entre eles. Então, depois ele me chamou num canto e pediu esclarecimento, pois entendeu que eu estava falando mal da reza do terço. Mas fez o questionamento com muito carinho e sem tom ameaçador. Esclareci. Muitas vezes voltei à diocese para prestar assessoria sem nenhum problema. Um verdadeiro irmão. É isso.
Não tratamos aqui da Assembleia Eclesial Latino Americana e do Caribe que está em processo. Fomos convidados, enquanto Povo de Deus, para participar da escuta, por sinal, com pouca participação do Brasil. A Assembleia será de 21 a 28 de novembro de 2021. Devemos estar atentos e atentas, pois é parte integrante do caminho sinodal pensado por Francisco.
Nesta caminhada seria muito importante que outras dioceses no Brasil e na América Latina, quiçá no mundo, também narrassem processos sinodais feitos depois do Concílio Vaticano II. Além de Caxias, tenho ciência de algumas. Cito apenas as que pude ter algum tipo de contato, com maior ou menor intensidade: as dioceses de Nova Iguaçu, Volta Redonda e Barra do Piraí, por certo tempo Itaguaí e Friburgo, no regional Leste 1, RJ. Tive a graça de conhecer um pouco a diocese de Chapecó em SC, Crateús no CE, e a Prelazia de São Feliz do Araguaia no MT. Mas muitas outras realizaram algum tipo de caminhada sinodal.
Pessoas como eu e tantas outras, talvez não sejam consideradas testemunhos legítimos na constatação da riqueza eclesial destes processos. Mas olhando com esperança para o futuro, sem lamentações ou saudosismo, precisamos abrir novos caminhos. Não por um modismo do tempo, mas porque se faz necessário responder aos novos desafios de um mundo em crise civilizatória. Meu mantra nas últimas duas décadas tem sido: “chega de dar respostas velhas a perguntas novas”.
Repitamos, com insistência, a Oração do Sínodo Diocesano de Caxias, quem sabe Dom Mauro possa fazer uma adaptação para o Sínodo de agora, com a qual termino citando uma parte:
“Senhor, queremos viver no Teu amor e na fraternidade;
queremos viver, na liberdade, nossa própria vida e caminhada;
queremos ser uma terra de esperança e não de violência;
queremos caminhar rumo ao céu, construindo uma terra nova.
Abençoa nosso povo, Senhor!
Derrama sobre nossas comunidades a luz e força do Santo Espírito.
Ajuda nossa Igreja a viver o Sínodo
como tempo de descoberta e de crescimento na Fé,
tempo de participação e de compromisso,
tempo de comunhão e de missão.
Queremos ser uma Igreja de irmãos,
...........
VENHA A NÓS O TEU REINO E SEJA FEITA A TUA SANTA VONTADE. AMÉM”