11 Agosto 2021
Depois de intensos protestos contra o governo de Daniel Ortega e Rosario Murillo nos últimos três anos, em novembro de 2021 os nicaraguenses – a princípio – poderão ir às urnas para a eleição presidencial. No entanto, a crise sociopolítica segue em ponto crítico, com perseguições e prisões arbitrárias de manifestantes e adversários políticos do governo orteguista e um ainda constante negacionismo da pandemia de covid-19.
A informação é da CPAL Social, 09-08-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O regime de Daniel Ortega continua sua campanha de ameaça e repressão a médicos por informar à população sobre a pandemia e prevenção da covid-19. No total, o Minsa convocou sete médicos. A isso, soma-se que a Assembleia Nacional fechou a personalidade jurídica de 24 ONGs, entre elas 15 associações médicas, uma delas é o Centro de Estudos e Promoção Social (CEPS) dirigido pelo epidemiologista, Leonel Arguello, quem liderou toda uma campanha informativa para a prevenção da pandemia.
Imagem: Mapa da Nicarágua | Foto: El castellano / Wikimedia Commons
A advogada María Oviedo, defensora de direitos humanos e que representa judicialmente três líderes camponeses detidos, foi presa. Assim como também o cientista político, José Antonio Peraza, do grupo promotor de reformas eleitorais, e Francisco Aguirre Sacasa, ex-chanceler e especialista no país sobre as relações políticas e econômicas da Nicarágua com os EUA. Com isso já somam 31 presos políticos nos últimos dois meses, entre eles, jornalistas, líderes camponeses, candidatos à presidência e jovens lideranças.
Os candidatos à reeleição pelo FSLN, Daniel Ortega e Rosario Murillo, chamaram de fariseus os bispos que mediaram o diálogo nacional durante a rebelião social no ano de 2018. Enquanto a Arquidiocese de Manágua pediu por silêncio e orações pelo ato de terrorismo contra a imagem do Sangue de Cristo há um ano.
O Ministério Público abriu uma investigação contra Bertha Valle e Victoria Cárdenas, esposas dos candidatos presidenciais presos, Félix Maradiaga e Juan Sebastián Chamorro, respectivamente, pelo que o governo chamou de um atentado contra a sociedade nicaraguense, após uma visita das duas senhoras aos Estados Unidos, onde exigiam a libertação de presos políticos e liberdade para seus maridos.
O Comitê de Relações Exteriores dos Estados Unidos aprovou a iniciativa da Lei Renascer que amplia as possibilidades de sanções maiores para o governo de Daniel Ortega. O projeto de lei irá para o Senado para aprovação e, em seguida, será enviado ao presidente Joe Biden.
Imagem: Mapa da América Central | Foto: Wikimedia Commons
A Colômbia convocou seus embaixadores para consultar sobre a crise sociopolítica na Nicarágua. Com a Colômbia já são três países, antes era o México e a Argentina.
A Nicarágua nacionalizou o presidente Salvador Sánchez Cerén, condenado em El Salvador por corrupção. Este é o segundo presidente hospedado por Ortega, que também é acusado de corrupção em El Salvador.
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Situação da crise sociopolítica na Nicarágua - Instituto Humanitas Unisinos - IHU