Por: Jonas | 17 Janeiro 2014
O novo cardeal de Manágua, Leopoldo José Brenes, não tinha nem ideia de que a púrpura, a primeira conferida pelo Papa latino-americano, seria para ele. Arruma o seu cabelo branco diante das câmaras e diante dos jornalistas que o esperam, ao amanhecer, em frente à catedral. Fala da “metodologia especial” do Papa. “Geralmente se avisava ao candidato alguns dias antes, por meio da nunciatura, para que não fosse pego de surpresa, mas acredito pegou de surpresa a muitos de nós, porque fez o seu anúncio do Vaticano. Da nunciatura não nos veio nenhuma notícia prévia”.
A reportagem é de Alver Metalli, publicada por Vatican Insider, 15-01-2014. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/11J1W1 |
Contudo, ele tinha uma sotaina de cardeal. Estava guardada em seu armário e protegida com naftalina contra os bichos centro-americanos. Foi o que revelou com singeleza a sua mãe, Liliana Solórzano Aguirre, de 86 anos (foto), mostrando a fotografia de seu filho “Leopoldito”, como chama carinhosamente seu primogênito, que nasceu após seis abortos espontâneos (por causas naturais, como o susto diante da aparição repentina de uma iguana). A mãe do novo cardeal narra suas histórias com um sorriso, balançando-se na cadeira que fica no corredor aberto de sua modesta casa em Manágua.
Dona Liliana está feliz, mas sem ostentações desnecessárias. “É um momento de alegria... um momento de felicidade especial”, mas não significa que ela e os demais membros da família se envaideçam por quem já conhecem os méritos. Seu filho é o terceiro centro-americano que receberá o anel cardinalício, após o hondurenho Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, e o segundo nicaraguense, o hoje emérito Miguel Obando y Bravo.
E foi justamente Obando quem o presenteou com a sotaina vermelha, aquela com a qual recebeu a púrpura das mãos de João Paulo II, durante o consistório de maio de 1985. “Tenha-a, caso algum dia lhe façam cardeal”, disse o arcebispo de Manágua ao entregar o hábito a dom Leopoldo José Brenes. A batina se encontra no armário de “Leopoldito”, confirmou a idosa mãe, que se ocupou dela “de maneira especial”.
“Fiquei nervoso”, disse depois que o reitor da catedral de Manágua, padre Héctor Treminio, telefonou-lhe logo de manhã. Foi à cozinha para compartilhar a notícia com ela e, em seguida, foi presidir a missa.
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Com a batina (de cardeal) no armário - Instituto Humanitas Unisinos - IHU