24 Junho 2021
"No Vaticano vivemos horas de confusão e até de tensão", relata um alto prelado no final de um longo, "inflamado" e agitado dia. A "Nota Verbal" contra o projeto de lei Zan entregue pela Secretaria de Estado à Itália causou turbulência e perplexidade nos Sagrados Salões, onde não poucos monsenhores temem o "efeito bumerangue", não apenas do ponto de vista midiático, mas também político, dessa ação diplomática surpreendente e sem precedentes.
A reportagem é de Domenico Agasso, publicada por La Stampa, 23-06-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
A segunda seção da Terceira Loja, liderada pelo Arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados, liderou uma iniciativa que relembra "os velhos tempos de Ruini do intervencionismo eclesiástico" nos assuntos italianos. Com a exultação dos círculos católicos conservadores e o devido respeito da galáxia bergogliana. E com uma grande dúvida que pairava ontem nos Sagrados Palácios: o Papa Francisco sabia da aceleração do Vaticano para parar - "remodular", especifica a Santa Sé, "ninguém está pedindo um bloqueio" - o projeto de lei contra a homotransfobia? “Se sim, por que contradisse aquele seu “não me intrometo” nos assuntos nacionais, pronunciado há alguns anos e sempre confirmado nos fatos?”, muitos se perguntam dentro e fora do recinto eclesiástico.
Já há algum tempo, Francisco delegou essas questões e as intervenções relacionadas à Secretaria de Estado, sem acompanhar todos os detalhes e desenvolvimentos. E, por enquanto, da Casa Santa Marta ele observa em silêncio a diatribe que explodiu após a nota que receia uma violação da Concordata, em meio às dúvidas e perplexidades de muitos no Vaticano e nas sacristias italianas. O objetivo papal é antes de tudo um: evitar fraturas incuráveis. Não é por acaso que um de seus homens de confiança, o cardeal Kevin Joseph Farrell, garante que "existe preocupação da Santa Sé e de cada um de nós".
A carta do Vaticano foi confiada - à margem de uma conferência se imprensa - ao embaixador da Itália junto à Santa Sé, Pietro Sebastiani. Nasceu também das pressões da CEI, que durante semanas havia solicitado esclarecimentos ao governo "sem obter resposta" especialmente no que se refere à questão das escolas privadas, que o “projeto de lei não exime de organizar atividades por ocasião do Dia Nacional contra a homofobia”. Para a Igreja italiana, seria sobretudo este elemento que colocaria em risco a liberdade de pensamento dos católicos.
No dia 21 de julho de 2021, às 10h, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU realiza a conferência A Inclusão eclesial de casais do mesmo sexo. Reflexões em diálogo com experiências contemporâneas, a ser ministrada pelo MS Francis DeBernardo, da New Ways Ministry – EUA. A atividade integra o evento A Igreja e a união de pessoas do mesmo sexo. O Responsum em debate.
A Inclusão eclesial de casais do mesmo sexo. Reflexões em diálogo com experiências contemporâneas
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A batalha subterrânea contra Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU