22 Junho 2021
Polarização, populismo, protecionismo, pós-verdade e patriarcado formam um “coquetel perigoso de ingredientes tóxicos” que pessoas bebem em muitos países, e que são impulsionados pelo medo e falta de esperança, declarou a arcebispa luterana e primaz da Igreja Sueca, Dra. Antje Jackelén.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Os cinco “pês” e seus remédios – considerações teológicas para uma era digital – foi o tema da palestra que a líder luterana proferiu, no dia 24 de maio, no evento internacional de 12 preleções sobre “Poder ao Povo? – Populismo, Pluralismo e Religião Pública”, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
“Como cristãos, não é possível fazer outra coisa do que opor-se a esses 5 pês”, disse a arcebispa. Para tanto, é preciso utilizar os recursos que há na teologia e na espiritualidade, fomentando, entre outras, a confiança, a compaixão e a cooperação como remédio para aquele coquetel tóxico, frisou.
O coquetel tóxico, continuou, deve ser compreendido dentro do contexto da crescente digitalização e do desenvolvimento da inteligência artificial que já traz e ainda trará mudanças substanciais em todos os aspectos da vida. O discurso ciência-tecnologia-teologia precisa preparar respostas não apenas na área intelectual, mas também na espiritual.
A ética, defendeu Jackelén segundo a assessoria de imprensa da instituição, deveria fazer parte desde o início do processo e não apenas ser chamada quando os problemas já estão postos. A comunidade de fé tem, aqui, um papel profético, diaconal, ético e teológico a desempenhar, promovendo a resiliência, a coexistência e a esperança como componentes chaves para navegar os reinos ainda não mapeados da era digital.
Antje Zöllner Jackelén nasceu em 1955 em Herdecke, na Alemanha, estudou Teologia na Universidade de Tübingen e na Universidade de Uppsala. Foi ordenada pastora na Igreja da Suécia em 1980, doutorou-se em Teologia na Universidade de Lund em 1999, e exerceu, nesta cidade sueca, além do pastorado, o bispado de 2007 a 2014. Em 2013 ela foi eleita arcebispa, cargo que assumiu no ano seguinte. Ela é casada com o pastor Heinz Jackelén. O casal tem duas filhas e netos.
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Arcebispa sueca conclama ao combate dos 5 “pês” tóxicos da era digital - Instituto Humanitas Unisinos - IHU