20 Mai 2021
Lembrando as palavras do Papa Paulo VI, que diz que “Cristo aponta para Amazônia”, no final do encontro celebrado nos dias 18 e 19 de maio, organizado pela Comissão Episcopal para a Amazônia e pele REPAM-Brasil, os bispos da Amazônia brasileira têm lançado uma mensagem onde mostram mais uma vez suas preocupações diante da realidade atual.
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
Os bispos denunciam “o devastador agravamento de uma crise que escancara a pobreza diante da escandalosa concentração de riquezas”, fruto da primazia do capital especulativo, que “sequestra a autonomia dos Estados”. Isso leva os bispos a colocar uma disjuntiva: “Ou apelamos para a garantia legal da vida e dos territórios, ou nos defendemos quando o extermínio se torna lei!”.
Essa realidade atinge especialmente os povos indígenas, vítimas do “agravamento das violações dos direitos”, algo que se faz presente de múltiplos modos. A carta vai relatando situações presentes na Amazônia, que mostram que a crise socioambiental se acentuou durante a pandemia, assim como outras agressões cada vez mais presentes na região. Por isso, denunciam “um governo que vira as costas a estes clamores, opta pela militarização em seus quadros, semeia estratégias de criminalização de lideranças e provoca conflito entre os pequenos”.
Reunião dos bispos da Amazônia brasileira (Foto: Luis Miguel Modino)
Diante dessa realidade, os bispos dizem manter um olhar esperançoso, nascido da Amazônia, que “é também resposta!”, que “irrompe como novo sujeito e como novo paradigma”, desafio para a ação evangelizadora. Os bispos lembraram do Pacto das Catacumbas pela Casa Comum, assinado por muitos dos participantes do encontro virtual, e dos compromissos lá assumidos, que conduzem a “uma Igreja com o rosto Amazônico”, e a um avanço na concreção das decisões do Sínodo.
Daí, os bispos tem assumido alguns compromissos, na linha de avançar “as reflexões e indicações ousadas do Sínodo em torno dos ministérios”, elaborar um plano estratégico com diretrizes pastorais, que encarne os sonhos da Querida Amazônia, incentivar a questão da segurança alimentar, reafirmar o envolvimento efetivo com o Pacto pela Vida e pelo Brasil e o Pacto Educativo Global. Finalmente, os bispos fazem um chamado a não desanimar da luta, renovar a comunhão eclesial, alimentar a paixão pelo Reino de Deus e a sensibilidade para com os mais pobres.
Confira a carta na íntegra:
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Carta dos Bispos da Amazônia faz chamado a manter “um olhar esperançoso” nascido do Sínodo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU