Benzedeira abençoa as mães do Brasil

A Fundação Luterana de Diaconia (FLD) postou vídeo para o Dia das Mães com Dona Hilca, uma benzedeira do Quilombo Rincão da Chirca, de Rosário do Sul, abençoando todas as mães do Brasil. A mensagem da instituição remete ao texto de Hebreu 6,7: “Porque a terra, que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz erva útil para aquelas pessoas que a cultivam, recebe bênção da parte de Deus”.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

Juliana, neta de Dona Hilca, explica no vídeo que povos tradicionais recorrem à natureza e dela pedem proteção. “A gente mora na Campanha (região do Rio Grande do Sul), longe do doutor, então tem que aprender”, afirma. Também a filha de Dona Hilca aprendeu da mãe a arte da benzedura: “O nosso conhecimento é passado de geração em geração. Eu comecei vendo a mãe benzer. Ainda pequena, ficava escutando tudo o que ela dizia para as pessoas que a procuravam em casa”.

Na Bíblia, diz o texto da FLD, benzer é trazer a bênção, é oferecer a bênção, em um ato de fé e de cura. Dona Hilca cultiva as ervas no pátio da casa. O alecrim, a quebra tudo, o mastruz, a palma crespa, a losna, a cidreira e o guaco são ervas que estão ao alcance de sua mão quando solicitada a ajudar uma criança com sapinho, um animal com dor de barriga, uma pessoa com enxaqueca muito forte. 

Em 2017, a FDL em parceria com o Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa e com a Articulação Pacari, publicou o livro “Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa”, que conta histórias de modos de vida de oito identidades socioculturais existentes no Pampa gaúcho. O livro poder ser baixado acessando este link.

Três gerações de benzedeiras, Hilca Dias de Lima (mãe), Sirlei de Lima Dutra (filha) e Juliana de Lima Vijande (neta) – Kilombo Rincão da Chirca, Rosário do Sul/RS.
(Foto: Fundação Luterana de Diaconia – FLD)

A FDL deseja que a bênção de Dona Hilca “seja conforto e abraço para as mães de Jacarezinho, as mães dos meninos desaparecidos de Belford Roxo, as mães de Saudades, em Santa Catarina, as mães que perderam filhos e filhas em decorrência do Covid-19”.

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