09 Março 2021
Doris Reisinger e Christoph Röhl publicam o livro “Somente a verdade salva. Os abusos na Igreja Católica e o sistema Ratzinger”, apresentando um olhar crítico e parcial do papa emérito.
A reportagem é de Mateo González Alonso, publicada por Vida Nueva Digital, 04-03-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Somente a verdade salva. Os abusos na Igreja Católica e o sistema Ratzinger” (Ed. Piper, Munique, 2021) de Doris Resinger e Christoph Röhl, o livro, que acaba de ser lançado, analisa a gestão dos abusos pelo hoje papa emérito, sem dissimular sua intenção acusatória. Ambos os autores não são novos oferecendo um olhar crítico sobre Ratzinger e seu pontificado.
"Somente a verdade salva.
Os abusos na Igreja Católica
e o sistema Ratzinger", (em tradução livre)
de Doris Reisinger e Christoph Röhl.
Ed. Piper, 2021.
Os autores, uma teóloga e um promotor, respondem à questão: “Que papel exerceu este homem, que teve uma influência decisiva na Igreja Católica durante mais de um quarto de século, em seu fracasso na crise dos abusos?”, apontam na introdução do livro. Para isso, examinam a trajetória do pontífice alemão como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (1982-2005) e depois como Papa (2005-2013), e também são acrescentados alguns casos de seu período como arcebispo de Munique e Freising (1977-1982).
“Por que, por exemplo, Ratzinger deixou que os abusadores no sacerdócio não fossem interrogados durante anos, enquanto perseguia sem piedade os que se desviavam da doutrina? Era consciente das contradições dos seus atos?”, perguntam-se, segundo um resumo do livro publicado pelo portal Katholisch.de. A resposta no livro está clara desde o princípio, ao conectar os fatos com a biografia do pontífice, falando de fracasso pessoal e “possivelmente também o da sua Igreja”.
O ponto de partida do livro é tentar desmontar os argumentos de quem louvou o trabalho que Ratzinger fez na Cúria e no papado. Por isso questionam a afirmação de que “inclusive os opositores acreditam que o cardeal, e mais tarde Papa, teria visto e compreendido a gravidade da situação e o sofrimento das vítimas antes de outros”. Neste sentido apresentam uma imagem do papa emérito se esquivando dos casos que chegam a Roma, e questionam algumas das ações mais fortes de Bento XVI, como a gestão dos casos em torno ao fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel. Por fim, reconhecem alguns gestos, como as reuniões com vítimas de abusos, mas os apresentam como “um mero exercício de relações públicas”.
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Um novo livro põe em dúvida o papel de Bento XVI na crise de abusos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU