06 Janeiro 2021
O legalismo já foi uma forte vertente do evangelicalismo brasileiro, perdeu forças, mas não morreu “Ele ainda está vivo e presente na igreja. Ainda é uma ameaça à saúde espiritual do povo de Deus por condicionar a salvação a atos, obras e comportamentos”, escreveu o pastor da Igreja Cristã da Aliança de Niterói (RJ), Renato Vargens, em texto publicado no site Pleno News.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Trata-se de um tipo de religiosidade antagônica aos ensinos das Escrituras, definiu, porque “dá mais valor à forma do que à essência; mais importância à tradição do que à verdade; valoriza mais os ritos religiosos do que amor”.
No texto, ele explicou que o legalismo é um termo usado pelos evangélicos “para descrever uma posição doutrinária que enfatiza um sistema de regras e regulamentos para alcançar salvação e crescimento espiritual”. Seus seguidores, continuou, acreditam que “é necessário obedecer a ditos e regulamentos com vistas à salvação”.
Vargens relatou quatro casos que certamente o motivaram a escrever a respeito do legalismo. No primeiro caso, um diácono da sua igreja teve que comprar, às pressas, material de construção que necessitava para a reforma que estava fazendo em casa. Foi até a loja sem vestir camisa. Uma “irmã” o encontrou e alertou: “Você sem camisa na rua? Cuidado hein, porque se Jesus voltar agora, você não vai subir”.
Outro “irmão” revelou-lhe que costumava tomar banho vestido de bermuda e camisa para que, no caso de Jesus voltar, não o encontrasse desprevenido. Outro “irmão” perguntou-lhe se cristão poderia ir a um estádio de futebol. O pastor respondeu, para frustração do “irmão”, que não via nada demais, desde que o futebol não fosse o deus do torcedor.
Discussão no Facebook questionava pastores que usavam o tablet ou o smartphone nas pregações do Evangelho. A Bíblia, argumentavam os críticos, não deve ser lida do púlpito através de um Ipad, pois o texto sagrado só pode ser lido no papel. Recorrendo ao tablet o pregador desrespeita a Palavra de Deus, o que implica grave pecado e perda da salvação.
Em todos esses exemplos, alertou o pastor, a salvação está atrelada “ao que fazemos ou deixamos de fazer”. Vargens tratou de ressaltar que pelo fato de estar combatendo o legalismo não significa que apoie o comportamento dos liberais. Essa “liberdade” “é carnal, antibíblica e completamente distante dos ensinamentos de Jesus”, afirmou.
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Legalismo ameaça a saúde espiritual do povo de Deus, diz pastor - Instituto Humanitas Unisinos - IHU