11 Dezembro 2020
"São José comparece como a figura mais adequada para receber em sua vida a encarnação do Pai que também veio morar conosco, podendo ser apresentado como a personificação do Pai celeste", escreve Nelito Dornelas, padre da Diocese de Governador Valadares, Minas Gerais, pós-graduado em Teologia Pastoral pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-MG) e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A saudável devoção aos santos e santas não caiu de moda, nem perdeu sua validade. Eles são modelos e intercessores junto de Deus, em nosso seguimento a Jesus de Nazaré. Cada grande época de transição histórica encontrou nos santos e santas seu protagonismo.
Somente os santos e santas têm a força e o discernimento necessários para irem contra a corrente e suportar os grandes traumas que as mudanças comportam, pois eles trazem em si as marcas da reconciliação e da caridade que testemunham a vitalidade e a força invencível de um Deus Pai e Mãe, capaz de suportar os mais duros sacrifícios, mesmo diante das aparentes derrotas e falências que nos são impostas.
São José, patrono da Igreja Católica ainda tem muito a nos ensinar nesta travessia, em especial nestes sombrios tempos de tamanho estrago provocado pela pandemia do coronavírus.
Ao proclamar o Ano especial de São José com a Carta Apostólica Patris Corde - Com Coração de Pai, o Papa Francisco nos convida a voltar nosso olhar para São José, a personificação do Pai celeste. Nele há um equilíbrio no mistério de Deus que se revelou à humanidade. O Espírito Santo veio sobre Maria e fez morada nela. Em seu seio, por causa da presença do Espírito Santo, começou a se formar a santa humanidade do Filho do Pai. O Filho se encarnou em Jesus, mas o Pai não ficou fora desse processo, pois ele também participa da encarnação.
O Pai celestial é o que cuida de todo o universo e de cada um de nós, à semelhança de São José, que cuidou da família em tudo o que fosse necessário. Como criador de todas as coisas, o Pai é bem representado pela figura de José, porque o Pai é o mistério absoluto e silencioso, que fala não por si mesmo, mas pelo Filho. São José também é o homem do silêncio e trabalhador que fala pela laborosidade de suas mãos criadoras de casas, janelas, portas e telhados, lugares de abrigo e de construção de lares e de vivência da Igreja doméstica. Com ele aprendemos a construir pontes e não muros.
São José comparece como a figura mais adequada para receber em sua vida a encarnação do Pai que também veio morar conosco, podendo ser apresentado como a personificação do Pai celeste. Assim temos a família divina encarnada na família humana. A totalidade do mistério da Santíssima Trindade entrou em nossa história e a santificou. São José é parte desta entrega total do Deus-família à família humana.
O Ano especial de São José nos fará refletir sobre essa conexão para nos sentirmos mais envolvidos pela presença divina e tomarmos consciência de que o nosso Deus é um Deus próximo e que se revelou assim como é, como Pai em José, como Filho em Jesus e como Espírito Santo em Maria.
Que neste ano de 2021 nossos olhares se voltem para este pai bondoso, companheiro, fiel, amigo e protetor da Igreja, das famílias, dos trabalhadores e trabalhadoras e nos ajude neste grande Mutirão pela Vida, para que todos tenham Terra, Teto e Trabalho, dinâmica assertiva da Sexta Semana Social Brasileira.
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2021, Ano especial dedicado a São José e à Sexta Semana Social Brasileira - Instituto Humanitas Unisinos - IHU