Zollner, conselheiro do Papa escreve aos sobreviventes de abusos sexuais cometidos pelo clero da Inglaterra e País de Gales

Padre Hans Zollner. | Foto: Vatican News

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03 Dezembro 2020

Um dos principais conselheiros do papa Francisco sobre abusos sexuais comunicou-se com os sobreviventes que recentemente escreveram uma carta aberta aos bispos da Inglaterra e País de Gales pedindo mudanças na forma de tratamentos das vítimas.

A reportagem é de Catherine Pepinster, publicada por The Tablet, 01-12-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

O padre Hans Zollner, jesuíta, presidente do Centro para Proteção das Crianças na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e membro da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, escreveu em resposta aos sobreviventes que o contataram depois do relatório produzido pelo Inquérito Independente sobre Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica (IICSA). Na sua carta, ele reconhece o sofrimento e a dor que as vítimas e sobreviventes na Inglaterra e País de Gales tem enfrentado, e admite que há muito trabalho a ser feito ainda para protegê-los.

“Sem vocês como a de vocês sendo o centro desse processo nós nunca estaríamos aptos a conseguir as mudanças e conversão necessária para as recentes reformas levadas à raiz e que trazem uma mudança verdadeira”, escreveu Zollner, urgindo aos sobreviventes para se manterem em contato com ele.

No entanto, em sua carta, não se refere ao pedido de expulsão do cardeal Nichols, feito pelos sobreviventes na carta que enviaram a ele.

Os sobreviventes também receberam longas cartas dos arcebispos de Southwark e Liverpool, dos bispos de Lancaster, Northampton, Salford, Portsmouth, Plymouth, Clifton, Brentwood, Nottingham, Hallam, Leeds e Middlesbrough, quatro bispos auxiliares e do padre Christopher Thomas, secretário-geral da Conferência dos Bispos da Inglaterra e País de Gales.

Os bispos e outros escreveram citando a vergonha que sentiram ao lerem o relatório do IICSA, a necessidade de curar as feridas e encontrar e escutar os sobreviventes, e uma esperança de que o cuidado e proteção pela Igreja seja melhorado. O restante dos arcebispos e bispos do país ainda não lhes responderam. Cardeal Nichols enviou uma pequena carta, destacando o conteúdo da carta dos próprios sobreviventes.

Dom Mark O'Toole, de Plymouth, escreveu que escutou histórias dos sobreviventes que partiram seu coração. Ele disse: “muita dor, porém, nada comparado com a agonia e tormenta que vocês e outas vítimas e sobreviventes de abuso sofreram. Suas vozes, e as de outras vítimas e sobreviventes, precisam ser escutadas consistentemente não como uma matéria do passado, mas em ajuda a todos nós frente à realidade de abusos”.

Os 20 sobreviventes signatários da carta aberta aos bispos continuam a pedir pela renúncia do cardeal Nichols. Na última semana, o arcebispo Malcolm McMahon, de Liverpool, disse, em entrevista coletiva, que o cardeal Nichols tem total apoio de todos os bispos da Inglaterra e Gales. Deirdre McCormack, um dos signatários, disse nesta semana que esse apoio ao cardeal era atordoante.

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