A Igreja Anglicana estudará o casamento gay em seu Sínodo de 2022

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12 Novembro 2020

A proposta vem sendo debatida desde 1987 e implicaria em uma mudança de doutrina sobre as condutas homossexuais.

A reportagem é de Mateo González Alonso, publicada por Vida Nueva Digital, 11-11-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Depois de três anos de debates a portas fechadas, a Igreja da Inglaterra debaterá de forma oficial a possibilidade de casamentos entre duas pessoas do mesmo sexo no próximo Sínodo Geral, que deve ser celebrado em 2022. Uma aceitação que mudaria a doutrina do pecado sobre as condutas sexuais gays. Isso foi anunciado pelos bispos que pediram perdão pelo “dano e prejuízo” que podem ter causado à comunidade LGBT.

Estes prelados admitiram que “o discurso da verdade, a santidade e o discipulado foram assumidos rigidamente” e por isso anunciaram a decisão da incorporação desta questão no sínodo. Um grupo coordenado pelo bispo de Londres, Sarah Mullally, idealizará um “caminho a seguir pela Igreja em relação com a identidade humana, a sexualidade, as relações e o casamento”, afirma a imprensa britânica.

Um longo processo

Os anglicanos recordam bem o Sínodo Geral de 1987 quando a assembleia estava dividida ante uma possível mudança de doutrina sobre o pecado do sexo entre duas pessoas homossexuais. Então confirmaram o ensinamento de convidar os casais civis a serem “amigos em abstinência sexual”. Algo que foi sendo ratificado nas assembleias posteriores. O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, já tentou uma reforma similar em 2017. Sua proposta para abençoar os casais homossexuais, sem chegar a falar de matrimônio foi derrubada no Sínodo.

Com a aprovação civil do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, agora “há alguns que sentem que esta doutrina do casamento está madura para ser desenvolvida”, destaca o bispo de Coventry, Christopher Cocksworth, que participou na edição de um livro de 480 páginas, intitulado “Viver no amor e na fé”, com filmes, podcasts e cursos de educação para explorar o tema. O Sínodo tem a faculdade de promulgar normas juridicamente vinculantes, porém suas deliberações são grandes. Poderiam significar que os primeiros casamentos entre pessoas do mesmo sexo da Igreja da Inglaterra fossem celebrados em 2025. O processo lembra a ordenação de mulheres que se debateu durante décadas e que não foi assumida em diferentes paróquias tradicionais que ainda admitem somente sacerdotes homens.

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