• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Tupi, or not tupi that is the question

Mais Lidos

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    5º domingo de páscoa – Ano C – A comunidade do ressuscitado

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Arte. A urgente tarefa de pensar o mundo com as mãos

Edição: 553

Leia mais

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais
Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

30 Outubro 2020

Os pós-brasileiros, por outro lado, são aqueles que, sem nunca conhecer o Brasil, espetados com suas ilusões no litoral, de costas para a floresta, para o Cerrado e para o sertão, decidem que o Brasil antropófago, o Brasil indígena, o Brasil africano, o Brasil biodiverso e o Brasil criativo já ficaram no passado e que agora somos cristãos, conservadores, monocultores, cinzas, sem graça, nem charme, escreve Nurit Bensusan, assessora do ISA e especialista em biodiversidade, em artigo publicado por Instituto Socioambiental - Isa, 28-10-2020.

Eis o artigo.

"Depois que os brancos chegaram a minha aldeia se acabou. Agora vou para a cidade, pacificar os brancos”, Cacique de Marabá, personagem do filme Bye bye Brasil.

O Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade é composto de 51 aforismos, que poderiam ser distribuídos nos 52 anos que separam sua publicação do lançamento do filme Bye bye Brasil, de Cacá Diegues, em 1980. Assim, de aforismo em aforismo, desembocaríamos na obra cinematográfica, na tentativa de entender de que país parece que desistimos.

O Manifesto de Oswald de Andrade pregava a originalidade possível do Brasil, a ideia de que outro caminho poderia ser trilhado, numa amálgama resultante de “desvespuciar e descolombizar a América e descabralizar o Brasil”, mas absorvendo a técnica, de modo a saltar do passado para o futuro, despindo-nos de um presente colonizado.

“Será esse o Brasileiro do século XXI?”, pergunta Oswald de Andrade, contemplando as possibilidades desse futuro antropófago, indagação ecoada na dedicatória do filme - "ao povo brasileiro do século XXI”. Mas quem é esse brasileiro do século XXI, a quem ambos se referem? Vale, ainda acrescentar a essa mistura, antes de acionar o liquidificador e ver resultado, alguns versos do poema Hino Nacional de Carlos Drummond de Andrade, de 1934: “Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil. Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?"

Ou talvez, antes ainda de apertar esse botão do liquidificador, deveríamos nos debruçar sobre a questão que o pensador indígena Aílton Krenak apresenta em seu livro “Ideias para adiar o fim do mundo”: se somos mesmo uma humanidade, uma vez que estamos nos descolando da Terra e que “os únicos núcleos que ainda consideram que precisam ficar agarrados nessa terra são aqueles que ficaram meio esquecidos pelas bordas do planeta, nas margens dos rios, nas beiras dos oceanos, na África, na Ásia ou na América Latina. Esta é a sub-humanidade: caiçaras, índios, quilombolas, aborígenes. Existe, então, uma humanidade que integra um clube seleto, vamos dizer, bacana. E tem uma camada mais rústica e orgânica, uma sub-humanidade, que fica agarrada na terra.”

Sub-brasileiros e pós-brasileiros

Será que, ao batermos tudo isso no liquidificador, teremos uma resposta única? Ou será que os brasileiros não existem, há apenas sub-brasileiros e pós-brasileiros?

Aqueles que eram a esperança do novo, aqueles que poderiam oferecer, de fato, outra forma de ver o mundo, que recusaram o projeto colonial e resistiram por centenas de anos, se consolidaram no alvorecer deste novo milênio, quase 100 anos após o Manifesto Antropófago e 40 anos depois do lançamento do Bye bye Brasil, como sub-brasileiros.

O país que emergiu depois de colocar a Amazônia em seu mapa - mas ainda não em seu imaginário, onde ela só ocupará o lugar de lenda - não tem lugar para a diversidade, não tem espaço para outras formas de viver. Os pós-brasileiros, por outro lado, são aqueles que, sem nunca conhecer o Brasil, espetados com suas ilusões no litoral, de costas para a floresta, para o Cerrado e para o sertão, decidem que o Brasil antropófago, o Brasil indígena, o Brasil africano, o Brasil biodiverso e o Brasil criativo já ficaram no passado e que agora somos cristãos, conservadores, monocultores, cinzas, sem graça, nem charme.

A relação entre o Brasil - ou um brasil - e os povos indígenas que vivem aqui emerge como uma questão ainda candente, tanto no Manifesto de Oswald de Andrade, cujo tom é dado por seu terceiro aforismo (“Tupi, or not tupi that is the question”), quanto no encontro dos artistas da Caravana Rolidei com índios que seguem para a cidade, na rodovia Transamazônica, em Bye Bye Brasil.

Poucos anos depois do lançamento do filme e exatos 60 anos após o Manifesto Antropófago, em 1988 uma nova Constituição inaugurou o que parecia ser uma nova forma de lidar com essa questão: reconhecer os direitos territoriais dos povos indígenas como direitos originários, existentes independentemente de qualquer outra legislação, a partir da crença que o país poderia abrigar uma diversidade de formas de estar no mundo, desde índios isolados até índios médicos, professores e advogados, que não por isso deixam de ser índios. A ideia de adeus a um país que desaparecia e uma saudação a um Brasil novo que emergia pareceu, brevemente, fazer sentido. O brasileiro do século XXI poderia, enfim, existir.

O projeto do pós-Brasil

Não tardou, porém, que o projeto do pós-Brasil reagisse: por que conservar florestas se elas podem virar pasto para os bois e ração para porcos chineses? Por que tantas terras para povos indígenas, se podemos usá-las para produzir mais bois e mais ração para porcos chineses? Emergiu o mais cruel do argumentos, o do “marco temporal”. A ideia é que o direito aos territórios indígenas só valeria para quem estivesse em suas terras em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Mas e se muitos tivessem sido expulsos por meio de inúmeras e inenarráveis violências de suas terras e ali não se encontrassem, por razões óbvias, nessa ocasião? Esses, então, perdem seu direito ao território.

O pós-Brasil deseja mais que isso: eliminar qualquer possibilidade de existir diversidade. É um projeto em todas as dimensões, porque não admite diversidade de formas de estar no mundo, boicotando, ameaçando e amputando os direitos dos povos indígenas e outras comunidades locais e colocando suas vidas em risco cotidianamente; não admite diversidade de paisagens, trocando florestas, áreas úmidas, cerrados e sertões por monoculturas que não alimentam nem a alma, nem o corpo; não admite diversidade de pensamento, empurrando todos para uma forma monotônica de existir; não admite, enfim, que embaixo desse parangolé colorido que é o Brasil deveriam existir vários brasis, convivendo harmonicamente.

Assim, nada de brasileiros do século XXI. Não somos brasileiros, não há Brasil. Um nome em um mapa não faz um país, pode designar apenas um monte de ruínas. Bye bye Brasil.

Leia mais

  • A disputa pelo futuro pós-pandêmico consiste em desenhar novos caminhos, concretos e tangíveis. Entrevista especial com Nurit Bensusan
  • Brasil, um país do passado
  • “O Brasil é um país bom, mas a elite branca que está no poder é racista”, afirma Paulo Lins
  • 'O que explica o Brasil não é o patrimonialismo e o populismo, mas a escravidão'. Entrevista com Jessé Souza
  • “O Brasil é um país muito conservador, que não muda fácil, nem rápido e nem sem reação”. Entrevista com Angela Alonso
  • Alice no país da pandemia
  • Carta para Riobaldo

Notícias relacionadas

  • A ambígua e ineficiente política indigenista brasileira. Entrevista especial com Egydio Schwade

    LER MAIS
  • "A democracia brasileira é chata. Não entusiasma ninguém". Entrevista especial com Francisco de Oliveira

    LER MAIS
  • João Goulart e um projeto de nação interrompido. Entrevista especial com Oswaldo Munteal

    LER MAIS
  • Quinto vazamento de petróleo do ano pinta de preto a Amazônia peruana

    Horas depois do Dia Internacional dos Povos Indígenas, as imagens de fontes de água da Amazônia tingidas de petróleo volta[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados