26 Outubro 2020
Um tribunal especial da Agência Nacional de Investigação rejeitou ontem, 23 de outubro, o pedido de fiança do padre jesuíta Stanislaus Lourduswamy, (chamado mais simplesmente de Pe. Stan Swamy) ativista dos direitos tribais preso por seu suposto envolvimento com rebeldes maoístas e em 2018 por distúrbios violentos no Maharashtra. O religioso de 83 anos, sob custódia judicial, pediu liberdade sob fiança por motivos de saúde. Ele agora está detido na ala de quarentena da prisão de Taloja, perto de Mumbai.
A reportagem publicada por Agência Fides, 24-10-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
O Padre Swamy foi levado de sua casa em Ranchi, Jharkhand, em 8 de outubro por uma equipe de funcionários da NIA de Delhi. Sua prisão gerou indignação em todo o país, gerando críticas de vários círculos da sociedade civil e da Igreja Católica. Um tribunal o havia mantido sob custódia judicial até 23 de outubro.
O jesuíta foi a décima sexta pessoa a ser presa com base na lei antiterrorismo pelos episódios de violência em Maharashtra. A violência eclodiu perto de um memorial de guerra na vila de Bhima Koregaon, perto de Pune, em 1º de janeiro de 2018, supostamente após discursos provocativos terem sido proferidos na cidade de Pune. De acordo com a NIA, o Padre Swamy estava ativamente envolvido nas atividades de grupos maoístas e desempenhou um papel na instigação da violência. A polícia afirma que o padre jesuíta é membro do Partido Maoísta, banido pelas autoridades.
Para quem conhece o Padre Swamy, essas afirmações são absurdas. “Levantar a voz para lutar pela justiça e pela verdade, independentemente da religião, cultura e etnia a que se pertence: esse é o objetivo do Padre Stan Swamy, afirmam os seus coirmãos, que recordam como o religioso tenha passado cinquenta anos promovendo incansavelmente os direitos e valores das populações indígenas, marginalizadas e vulneráveis.
Depois de lecionar no Instituto Social Indiano em Bangalore, ele se mudou para Jharkhand, atuando para melhorar a vida dos adivasi (populações tribais), no interior da Organização Jharkhandi pelos Direitos Humanos "JOHAR", e se empenhando contra o fenômeno do deslocamento forçado dos tribais de suas terras ancestrais.
Desde 2001, o Pe. Swamy se transferiu para Ranchi, continuando a se engajar em nível social contra o fenômeno da expropriação indevida e apoiando o movimento "Pathalgadi", formado por indígenas. No entanto, o governo do Partido Bharatiya Janata entendeu o movimento como "anti -desenvolvimento" e enviou tropas paramilitares e forças policiais para suprimi-lo. Agora, o governo estadual entrou com petições de sedição contra 20 ativistas, incluindo pe. Swamy, com base em suas intervenções públicas (ou nas redes sociais), em que se afirma que o governo deveria se engajar em um diálogo pacífico com os adivasis envolvidos no movimento Pathaldadi, em vez de reprimi-lo
A incessante campanha do jesuíta, e de outras lideranças, contra o despejo e as violações dos direitos dos adivasis - levada a cabo pelo governo e empresas interessadas em se apropriar de suas terras - e a constante denúncia de desigualdades e injustiças são os motivos das absurdo acusações de sedição que levaram à sua prisão.
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Recusada liberdade sob fiança para o jesuíta, engajado com os direitos tribais, acusado de “sedição” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU