24 Setembro 2020
O coautor da proposta de intercomunhão responde às críticas do Vaticano.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 23-09-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O “Não” da Doutrina da Fé à intercomunhão na Alemanha revirou as águas do ecumenismo no país. Um dos coautores do relatório do Grupo de Trabalho Ecumênico, o teólogo Christoph Böttigheimer, respondeu ao dicastério vaticano, a quem exige que publique a carta integralmente, para assim poder valorizá-la em sua integridade. “Seu argumento é um homicídio ecumênico”, replica.
Em uma entrevista com Katholisch.de, o especialista em Teologia Fundamental admite que “sabíamos que o artigo poderia ser criticado”, porém lamenta não poder responder a carta de Roma “porque não a tenho”.
Böttigheimer, que assegura não defender a “intercomunhão” mas sim um passo prévio, a participação comum na celebração, exige conhecer as “razões de peso” que diz ter a Doutrina da Fé. “A crítica deve estar bem fundamentada, porque não é a unidade das igrejas que necessita explicação, mas sim sua separação”.
“A Eucaristia e a Ceia do Senhor são fundamentais para a celebração da fé”, seja católica ou protestante, pelo que é necessário “um convite mútuo”. “Qualquer um que se oponha e pense que ainda não se avançou para permitir passos concretos na prática da Eucaristia, deve explicar com precisão o que seria necessário”, acrescenta o teólogo.
Böttigheimer defende que “nosso documento queria fazer uma proposta específica, algo inovador na história da Igreja”. Seria um revés para o ecumenismo se Roma vetasse a proposta? “Queremos poder celebrar juntos, é a ideia básica do Evangelho. O contrário é o escândalo. E se Roma ou a Conferência Episcopal não querem valorizá-lo, terão que argumentar teologicamente”.
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Christoph Böttigheimer: “O argumento da Doutrina da Fé é um homicídio ecumênico” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU