21 Agosto 2020
"O fundo do poço é quase sempre o começo da subida. A pandemia depura e ilumina o essencial da vida humana. O êxodo e o deserto abrem o horizonte à terra prometida", escreve Alfredo J. Gonçalves, cs, padre, vice-presidente do SPM.
A noite torna mais vivo o brilho das estrelas,
O silêncio representa a oficina e o útero da palavra,
O repouso renova a energia do caminhante,
A sede desvenda o “sabor” escondido na água,
A fome enriquece o tempero do alimento,
Na encruzilhada do deserto encontra-se o oásis,
A separação redobra o anseio pelo reencontro,
A ausência torna mais caro o rosto da pessoa amada,
A doença faz reconhecer o dom único da saúde,
O sofrimento recrudesce o valor da felicidade,
A saudade torna mais terna e doce a solidão,
As trevas desenham os contornos da aurora,
As nuvens velam e revelam a luz do sol,
O inverno ressalta a beleza da primavera,
O desencanto resgata a pérola do primeiro amor,
A tristeza desperta o bálsamo do riso e do sorriso,
Pranto e lágrimas prenunciam tempos de alegria,
O fundo do poço é quase sempre o começo da subida,
A pandemia depura e ilumina o essencial da vida humana,
O êxodo e o deserto abrem o horizonte à terra prometida,
Exílio e diáspora fortalecem o amor pela pátria,
O estrangeiro a quem se acolhe torna-se irmão,
A cruz e o túmulo conduzem à ressurreição.
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Tesouros ocultos nos contrastes da vida humana (e que a pandemia ajuda a resgatar) - Instituto Humanitas Unisinos - IHU