07 Agosto 2020
Uma conversa com o sacerdote dominicano que há muitos anos vive em Istambul e que acompanha a história conturbada da grande basílica que agora voltou a ser mesquita, testemunha das sangrentas divisões entre os cristãos.
A entrevista é publicada por Vatican News, 06-08-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
“Santa Sofia é um daqueles lugares do mundo com uma beleza sedutora, que fala fortemente de Deus, e que deveria continuar a ser de usufruição em toda a sua plenitude e também em sua contraditoriedade de simbolismo que convoca diferentes universos religiosos e culturais". Padre Claudio Monge, 51 anos, dominicano, chefe do centro de diálogo intercultural DoSt-I de Istambul, tenta ler fora dos esquemas e das simplificações o que aconteceu nas últimas semanas, com a decisão do presidente turco de reconverter a grande basílica bizantina em mesquita. Nesta longa conversa com o Vatican News, o religioso recapitula as principais etapas da história daquele monumento, que estão ligadas às sangrentas divisões entre os cristãos antes da conquista turca.
Padre Monge pode relatar brevemente a história da Santa Sofia?
É impossível repercorrer a história extraordinária e conturbada no espaço de poucas linhas. O majestoso edifício consagrado em 537 pelo imperador Justiniano não foi o primeiro a se erguer naquele local. A primeira igreja, conhecida como Grande Igreja, foi construída por Constantino ou mais provavelmente por Constâncio II e foi inaugurada em 360. O edifício era uma basílica com telhado de madeira e foi dedicado ao Logos, comemorado em 25 de dezembro, tornando-se a nova catedral. Essa primeira basílica foi destruída por um incêndio em 404.
Teodósio II construiu uma segunda igreja, sempre seguindo o plano da basílica com um telhado de madeira projetado pelo arquiteto Rufino. O edifício foi inaugurado em 10 de outubro de 415, mas foi reduzido a cinzas durante a revolta de Nika, uma grave insurreição que eclodiu em Constantinopla em 532 e que quase custou a Justiniano o trono e a vida.
Desse segundo edifício, apenas uma parte da colunata do pórtico foi escavada, em um nível mais baixo que o atual, e restam os monumentais fragmentos esculturais arquitetônicos do tímpano do pórtico. Poucos dias após a destruição da segunda basílica, o imperador Justiniano decidiu construir uma nova basílica completamente diferente, maior e mais majestosa do que aquelas de seus predecessores.
Uma basílica majestosa e uma obra-prima de beleza ...
As obras foram confiadas a Isidoro de Mileto e Antêmio de Trales. As fases da construção são descritas por Procópio, que enfatiza o constante interesse e a participação do imperador nas várias fases da construção e na aquisição de materiais preciosos. A igreja foi reconhecida já na época como uma grande obra de arquitetura, especialmente pela majestade de sua cúpula, que era originalmente cerca de 7 metros mais baixa que a atual e cercada na base por um anel de janelas cuja luz fazia com que parecesse “suspensa” no céu. Procópio de Caesareia, falará sobre o efeito místico de uma luz que parece gerada pela própria basílica e que parece anular a consistência e o peso das estruturas.
O edifício foi inaugurado em 27 de dezembro de 537 pelo imperador e patriarca Eutíquio e tornou-se a peça central das cerimônias imperiais e, principalmente, das coroações. Afetada por uma série de terremotos que atingiram Constantinopla entre 553 e 14 de dezembro de 557, a cúpula principal desabou completamente durante um terremoto de 7 de maio de 558, destruindo o altar, o cibório e o púlpito. O imperador ordenou uma restauração imediata, confiando as obras a Isidoro, o Jovem, que utilizou materiais mais leves e elevou a cúpula por mais 6,25 metros, dando ao edifício sua atual altura interna de 55,6 metros. Essa reconstrução, que deu à construção sua aparência atual, terminou em 562.
Desde o início de sua história, foi um lugar onde o trono e o altar se entrelaçaram?
Sim, como já mencionado, os imperadores foram coroados sob sua cúpula e, segundo a tradição, no dia de sua inauguração em 537, Justiniano admirando-a teria exclamado "Salomão, eu te superei!". Embora essa alusão a Salomão seja questionada por alguns estudiosos, é certo que essa proeza arquitetônica respondia mais a lógicas de afirmação do prestígio imperial do que a um puro e desinteressado culto da grandeza e majestade divinas. Em resumo, religião, poder, política, prestígio sempre foram dimensões imprescindíveis da história de Santa Sofia e não apenas mostram a medida dos eventos mais recentes. Falando do entrelaçamento de eventos histórico-políticos e religiosos, em Santa Sofia inicia-se, em 1054, o grande cisma entre a Igreja do Oriente aquela do Ocidente com a deposição no altar da excomunhão do Patriarca Cerulário pelo delegado do Papa; o esplendor da liturgia ortodoxa leva o povo russo à conversão.
Pode-se dizer que aquela basílica foi um lugar símbolo das sangrentas divisões entre os cristãos?
Santa Sofia também conhece a terrível e efêmera revanche do Ocidente cristão, na época da quarta cruzada de 1204. É impossível aqui aprofundar as causas da clamorosa mudança de objetivo de uma expedição militar que deveria ter levado à libertação do Santo Sepulcro e não ao fracasso de Constantinopla. Mas é certo que, no amplo quadro da história mundial, as consequências para a Europa desse evento histórico foram bastante desastrosas, tanto do ponto de vista ético e moral quanto do ponto de vista político.
Hagia Sophia (Foto: Adeel Anwer | Flickr CC)
O historiador Steven Runciman o lista entre os crimes mais graves contra a humanidade. De fato, não se trata apenas da destruição e dispersão de uma quantidade incrível de tesouros do passado reunidos e conservados em mil anos de história, mas também de um duro golpe para uma civilização cristã ainda grande, que nunca mais seria a mesma desde então. Politicamente falando, o Império Bizantino sempre foi um forte baluarte para os europeus em relação às populações do leste: depois de enfraquecido, será um prenúncio de muitos problemas futuro.
Por outro lado, o império latino demonstra sua consistência efêmera desde o início. A Europa Ocidental está longe e parece não se preocupar mais tanto com sua sobrevivência. Se não fosse pelo apoio convicto e essencial de Veneza, provavelmente teria terminado mais cedo, diminuindo assim sua vida já curta.
Quais foram as consequências desses eventos para o mundo cristão?
Do ponto de vista da Cristandade, o equilíbrio é bem diferente. Para o papado, o fim traumático do cisma e o encontro das Igrejas nunca foram uma verdadeira realidade. Não há dúvida de que o roubo de um grande número de relíquias – toda igreja, todo santuário, todo mosteiro em Constantinopla tinha relíquias de grande importância espiritual que faziam da capital bizantina um dos principais destinos da peregrinação religiosa – a pilhagem de edifícios eclesiásticos e, em geral, a crueldade dos cruzados teriam sido uma memória indelével que teria cavado um sulco ainda mais profundo, tornando a divisão intracristã ainda mais completa e definitiva.
Isso nos leva ao encontro das igrejas, que parece sancionar o fim do cisma. Mas depois de poucos meses Constantinopla é conquistada pelo Sultão.
Em 12 de dezembro de 1452, na presença do cardeal Isidoro, patriarca latino de Constantinopla, que veio especificamente de Roma, a extrema fraqueza de Bizâncio oferecia a oportunidade de promover a união das igrejas, com uma liturgia que sancionava formalmente o fim do cisma oriental iniciado em 1054. Mas essa união é entendida como um ato de submissão pela Igreja Oriental. O corolário dessa reconciliação deveria ser uma assistência militar materializada por uma cruzada contra os turcos, que vinham assediando a cidade há semanas. Mas essa ajuda nunca chegaria e, de qualquer forma, a ideia dessa submissão era repugnante à hierarquia da Igreja Ortodoxa, a ponto de considerar a penetração islâmica árabe um mal menor, sem mencionar uma alternativa mais encorajadora e culturalmente ainda menos estranha.
O testemunho de Miguel, o sírio, monge jacobita (monofisita) do final do século XII, é um exemplo eloquente e longe de ser isolado de tal estado de espírito. Ele cumprimenta de maneira inequívoca os filhos de Ismael vindos do sul para a libertação dos cristãos orientais! Em 29 de maio de 1453, Maomé II entrou triunfalmente em Santa Sofia para sancionar a tomada de posse de toda a cidade, da qual a basílica era o coração. Afinal, o Sultão representa a tradução islâmica da gestão cesaropapista do poder que durante séculos caracterizou o império bizantino: a ideia de que Eusébio de Cesareia, no final do terceiro século, aplicava ao Império Constantiniano, de uma evolução providencial da humanidade, onde a unidade política assegurada pela Pax Romana, era uma condição necessária para a construção da unidade religiosa de todo o orbe então conhecido. Para Maomé II, os otomanos são agora os verdadeiros continuadores e preservadores da herança bizantina, com pretensão universal e transcultural.
Uma mensagem que não aparece de acordo com uma visão nacionalista e soberanista...
Além disso, essa interpretação universalista é exatamente o contrário de uma visão nacionalista e soberanista do poder. Nesse sentido, foi clamorosa e muito contestada, mesmo por várias vozes na Turquia, o exagero simbólico de toda a celebração de reabertura ao culto islâmico de Santa Sofia, acontecido em 24 de julho de 2020,: da retórica da intervenção do presidente do Diyanet (ministro dos assuntos religiosos) com espada na mão esquerda (de acordo com a tradição da conquista otomana, onde a espada na mão esquerda significava "paz") e no topo do minbar (cadeira de pregação, nos tempos modernos, cada vez menos usada nas mesquitas, algo como os antigos púlpitos das igrejas), ao canto da surata Fatiha (a "Abertura" ou o primeiro surata do Alcorão, que resume a essência do livro sagrado islâmico) e os 5 primeiros versículos do sura al-Baqara (ou da "A novilha", que promete prosperidade a quem segue a via do Senhor), entoados pelo próprio chefe de Estado.
Vamos voltar ao século XV: Santa Sofia influenciou a arte e a arquitetura islâmicas?
O sultão conquistador Maomé II teria ficado admirado e subjugado pelo esplendor do edifício, tanto que, narram as fontes, teria atingido um soldado cego pelo fanatismo que se jogava contra o chão de mármore destroçando-o. No fundo, a incompatibilidade iconográfica do local, com um contexto de oração islâmico que não admite imagens, não poderia eliminar a extraordinária atratividade estética de uma obra de arte. Essa atratividade será de alguma forma aceita, pelo menos arquitetonicamente, exercendo uma influência irresistível sobre os arquitetos otomanos, do grande Sinan que supervisionou a construção da mesquita Suleymaniye até seu aluno Sedefkar Mehmed Ağa, a quem se deve a construção da esplêndida 'Mesquita azul'.
Hagia Sophia. (Foto: Matthew and Heather | Flickr CC)
Em suma, a basílica que havia sido o centro cultural do Império Bizantino, continuou a manter esse papel de prestígio em todo o Império Otomano, cujos sultões sempre mostraram cuidado pelo edifício que havia desafiado os séculos, conhecendo, entre outras coisas, já no contexto cristão, um período totalmente sem imagens, correspondente à crise iconoclasta dos séc. VII-VIII.
E é precisamente em nome desse caráter de modelo arquitetônico, que desafia os séculos e atravessa culturas e religiões, que Santa Sofia é reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial, esperando, desde 2002, com a Declaração de Budapeste, também assinado pela Turquia, que sejam respeitadas as diretrizes para um equilíbrio justo entre conservação, sustentabilidade e desenvolvimento e para melhor tutelar o bem universal.
Chegamos à decisão de Atatürk, que em 1934 transforma a basílica que se tornou de mesquita em museu ...
Acredito que a escolha de Mustafa Kemal Atatürk, que como político extremamente pragmático havia intuído o extremo perigo de reivindicações religiosas herdadas de uma história complexa e extremamente "litigiosa", de transformar Santa Sofia em museu representasse, e ainda representa agora, a única maneira de preservar não apenas seu extraordinário aspecto arquitetônico-artístico, mas também o valor simbólico e a memória tangível desse passado complexo e estratificado que tentamos repercorrer.
Certamente, muitos crentes - cristãos e muçulmanos - não pensam da mesma maneira. Parece-me, no entanto, desabonador para qualquer cultura e, mais ainda, em um contexto religioso, identificar maturidade histórica ou poder de uma revelação ou de um credo professado, com a quantidade de bandeiras penduradas em um mapa geográfico e com espaços e símbolos monopolizados com exclusão do outro.
Padre Monge, a escolha de retornar Santa Sofia a mesquita depois de quase um século também provocou reações no mundo islâmico. Por quê?
Globalmente, não houve menos reações negativas no mundo islâmico do que no Ocidente. De fato, em boa parte do mundo árabe islâmico, os sonhos "neo-otomanos" despertam suspeitas históricas, que se traduzem – do Cairo a Riad – em declarações de censura, também teológica, por uma reapropriação islâmica que infringiria a sacralidade de um local de culto originalmente dos fiéis das Religiões do Livro, que o Profeta do Islã sempre ordenou que se respeitasse.
No Ocidente, há quem tenha falado em desfiguração à cristandade. O que o senhor acha disso?
A maioria dos ocidentais que falou de desfiguração à cristandade fez isso apenas levando em conta uma história de contraposições, sofrimentos e feridas entre cristãos, muitas vezes totalmente desconhecida.
Existe uma interpretação ideológica da história não apenas dos vencedores, mas na qual mais frequentemente caem os vencidos, ou as minorias, quando fazem da sua afiliação religiosa um elemento identitário reacionário e transformam a proteção dos locais de culto e de seus monumentos históricos em geral, como parte de uma preservação nostálgica do passado.
Ora, como pessoas de fé, independentemente de nossa fé de pertencimento, deveríamos nos revoltar contra à tendência de nos transformar em meros guardiões de monumentos ou locais de culto, para defender o status de testemunhas de uma fé viva que não é um simples legado de uma história passada, mas desafia o presente e nos transforma em pedras vivas no coração da história, que nunca poderão ser confiscadas ao serviço de simples fins terrenos.
Como o próprio presidente turco Tayyip Erdogan lembrou apenas alguns meses atrás, os muçulmanos em Istambul têm mais de 3.500 mesquitas para orar e alguns dos maiores edifícios de culto islâmicos do mundo, que sempre rivalizaram em grandeza e esplendor com aqueles das cidades sagradas do Islã.
Ao mesmo tempo, mesmo respeitando a forte contrariedade que a reativação de Santa Sofia ao culto islâmico despertou, especialmente no mundo ortodoxo e em particular naquele grego, não podemos esquecer que há mais de 560 anos os cristãos não celebram sob as cúpulas da obra-prima bizantina.
O que o senhor almeja para o futuro de Santa Sofia?
Com relação aos que dizem que um local de culto transformado em museu é ferido em sua essência, gostaria de enfatizar que milhares de obras de arte que permanecem locais de culto não são necessariamente o âmbito mais adequado para a intimidade da verdadeira oração. No entanto, não podemos subestimar a importância do Belo, porque a beleza é um nome de Deus e isso para os cristãos como para os muçulmanos.
E a beleza, como experiência e não simples ideia, é propedêutica para o encontro espiritual: nos faz sentir que há "algo mais" dentro das coisas, é uma fresta aberta sobre algo mais, sobre o além, sobre o mistério, sobre o infinito.
Honestamente, a perspectiva de uso inter-religioso do local da Santa Sofia nunca me pareceu realista. Por experiência pessoal, duvido muito que existissem condições mesmo para um uso ecumênico dos espaços sagrados: seria preciso mais formação sobre as respectivas especificidades rituais para aprender aquela atenção respeitosa às sensibilidades do outro, para que o compartilhamento de espaços não se tornasse progressiva ocupação dos mesmos, com crescente desconfortos para seu pleno usufruto.
Hagia Sophia. (Foto: Pexels)
Mas acredito firmemente na importância de lugares que "elevam" o ser humano ao mistério de uma Transcendência que convoca e não divide! Santa Sofia é um daqueles locais do mundo com uma beleza sedutora, que fala fortemente de Deus, e que deveria continuar ser usufruído em toda a sua plenitude e também em sua contraditoriedade de simbolismo que convoca universos religiosos e culturais diferentes. Nesse caso, o monumento é um cofre de beleza, escola de diversidade enriquecedora.
Houve também quem tenha considerado a reconversão à mesquita de Santa Sofia um golpe fatal para o diálogo entre o cristianismo e o islamismo. O que o senhor pensa a respeito?
Muitos disseram isso. Outros, mais especificamente, afirmaram que a decisão do governo turco esvazia abertamente a declaração de Abu Dhabi de 2019. Eu respeito, mas não compartilho essa opinião. Pelo contrário, parece-me que esse indubitável novo momento de tensão, esse aparente revés ao diálogo, confirma o fato de que, como lembra o documento sobre a "Fraternidade Humana", isso não é possível sem o encontro fraterno e não é possível encontro fraterna sem educação e conhecimento recíproco e da história de cada um.
Em Abu Dhabi foi realizado um salto decisivo de qualidade, falando em cidadania inclusiva e de respeito à diversidade como uma sábia vontade divina, bem como de potencial riqueza para as nossas sociedades. As obras de arte seculares são lugares essenciais da narrativa da própria história, em diálogo com a narrativa da história dos outros. Obviamente, esse relato deve dotar-se de uma linguagem apropriada, geralmente toda a ser criada. É uma busca laboriosa de novas palavras e experiências compreensíveis por serem analógicas e não equívocas.
Numa perspectiva de crença, percebe-se que não se pode acessar o conteúdo da fé exceto pelo uso de proposições-mediações por natureza inadequadas e suscetíveis de serem melhoradas. Percebe-se a pobreza do espírito humano, mas não do conteúdo da fé como tal. Concretiza-se o ato do teologar é concretizado renunciando à pretensão de dispor do objeto para permitir-se ser questionado pela presença do outro, cristão ou não, que crê ou não.
O senhor mora em Istambul há muitos anos. Que reações registrou dos eventos das últimas semanas?
Vou mencionar apenas uma. Um amigo turco muçulmano, alguns dias atrás, escreveu-me para manifestar sua profunda tristeza pela redução drástica da usufruição de Santa Sofia, porque, ao contemplar essa obra-prima tantas vezes, em sua história complexa e estratificada, ele havia aprendido justamente a importância do diálogo.
O que vai responder a ele?
Gostaria de dizer a ele que agora pode realmente valorizar esse aprendizado, continuando a cultivar suas relações inter-religiosos com pessoas em carne e osso, porque o diálogo continua a ser possível no encontro!
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Santa Sofia deveria ser de usufruição como símbolo de diferentes mundos religiosos. Entrevista com Claudio Monge - Instituto Humanitas Unisinos - IHU