“Francisco não tem um plano de governo, ele segue o Espírito”, afirma Antonio Spadaro

Foto: Paul Haring | Catholic News Service

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

30 Julho 2020

Francisco não tem um plano do governo para seu pontificado”. O jornalista italiano e jesuíta Antonio Spadaro, s,j., diretor da La Civiltà Cattolica, afirma que “a verdadeira reforma” que o pontífice argentino pretende implementar é “discernir à luz do Espírito Santo”.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 28-07-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Em uma entrevista com Herder, Spadaro destaca como, apesar das dificuldades, Francisco “segue adiante, ouvindo e meditando”. E, acrescenta o jesuíta, o lugar onde o papa toma suas decisões “não é à mesa, mas na capela em sua oração da manhã”.

“Se Francisco tivesse uma ideia de reforma, ele não a implementaria diretamente, mas oraria a respeito e esperaria a confirmação do Espírito”, enfatiza Spadaro. Se não chegar, é porque a ideia “não está madura”. Nesses casos, Francisco “não interrompe o debate, não descarta nada. Ele diz: vamos em frente, vamos pensar nisso!”, lembra o jesuíta, enfatizando a questão dos viri probati, levantada em decorrência do Sínodo Pan-Amazônico.

Com Bento, “respeito e solidariedade”

Questionado se um futuro conclave poderia eleger um papa que revogasse o trabalho de Francisco, Spadaro é direto: o próximo papa não poderá “ignorar as sementes” plantadas por Bergoglio. “O sucessor dele não poderá recuar. Continuará”.

Finalmente, sobre a relação entre Francisco e Bento XVI, Spadaro considera que eles se baseiam no “respeito mútuo e solidariedade”. No entanto, “a mídia tradicionalista ou ultraconservadora distorce os ensinamentos de Bento. Precisam se desculpar, porque dessa maneira sua reputação é manchada de alguma forma”, disse o jesuíta.

Leia mais