O Vaticano adverte pelas consequências “desastrosas” da pandemia sobre o emprego

Foto: Vatican News

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08 Julho 2020

A religiosa e economista Alessandra Smerilli advertiu ao apresentar os avanços da comissão de resposta à covid-19 criada pelo papa Francisco, na qual foi reforçado o pedido para frear o gasto em armamento militar e derivá-lo aos sistemas de saúde.

A reportagem é publicada por Telam, 06-07-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

O Vaticano advertiu que a crise gerada pela pandemia do coronavírus “poderia ter dimensões desastrosas” sobre o emprego em nível mundial e reforçou seu pedido para frear o gasto em armamentos militares e derivá-lo aos sistemas de saúde.

“A recessão econômica que afeta a todo o mundo e que continua se expandido, provocará o deslocamento de bilhões de postos de trabalho”, levantou a religiosa e economista Alessandra Smerilli, ao apresentar os avanços da comissão de resposta à covid-19 criada pelo papa Francisco.

“A crise econômica e social poderia ter dimensões desastrosas. A pandemia também acelerou a transição tecnológica e digital: em oito semanas vimos o equivalente a um progresso de cinco anos, e isso acelerará a perda de empregos”, lamentou Smerilli, coordenador do capítulo econômico da comissão.

Nesse marco, a também consultora da Santa Sé apontou que “há saídas, mas requerem visão, coragem e colaboração internacional”.

“Nenhum Estado, como seu povo, pode fazer sozinho, já que se requer um enorme investimento público em atenção sanitária, transição ecológica, reciclagem dos trabalhadores e ajuda às empresas que inicialmente sofrerão danos pela transição”, agregou Smerilli em conferência de imprensa no Vaticano.

A pandemia também acelerou a transição tecnológica e digital: “em oito semanas vimos o equivalente a um progresso de cinco anos, e isso acelerará a perda de empregos”.

“A pandemia revelou o verdadeiro alcance de nossa interconexão. Sabemos que a saúde é um bem comum mundial, e os serviços de prevenção e atenção devem ser também mundiais”, convocou por último a consultora econômica da secretaria de Estado do Vaticano.

A apresentação dos avanços da comissão reforçou ainda mais o pedido do Vaticano por um cessar fogo mundial, depois de uma resolução das Nações Unidas, com um pedido nessa direção feito pelo papa Francisco.

Assim, outro membro da comissão, o italiano Alessio Pecorario, afirmou que “os fornecimentos médicos, a segurança alimentar e a reativação econômica centrada na justiça social e a economia ecológica requerem recursos que podem se desviar do setor militar no contexto de um renovado controle de armas”.

“Os ganhos do controle de armas e as estruturas dos tratados permitiram obter um dividendo de paz na última geração”, apontou.

O cardeal ganês Peter Turkson, coordenador da comissão para pensar respostas ao coronavírus, afirmou que “não podemos lutar contra a pandemia se estamos lutando ou nos preparando para lutar, uns contra os outros”.

“Necessitamos congelar a produção e comércio de armas”, demandou o cardeal africano.

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