Religiosos celebram memorial ecumênico pelos que pereceram por covid-19

Foto: Pixabay

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

28 Mai 2020

O Conselho Nacional de Igrejas dos Estados Unidos (NCC) realizou, no final da tarde do domingo, 24 de maio, um serviço memorial on-line público para lembrar e lamentar a morte de mais de 300 mil pessoas em todo o mundo que pereceram vítimas do covid-19

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

Familiares enviaram nomes de seus parentes falecidos para o memorial, celebração quer foi transmitida pelo YouTube e Facebook. “Os funerais tradicionais não estão disponíveis para nós”, justificou o presidente e secretário-geral do NCC, reverendo Jim Winkler. Limitar velórios torna a dor ainda mais dolorosa, refletiu. 

A proposta de uma cerimônia in memória surgiu da preocupação de líderes religiosos de que, devido ao bloqueio e outras restrições impostas pela pandemia, pessoas não puderam lamentar e velar a morte de entes queridos. Só nos Estados Unidos o número de mortos pelo covid-19 é superior a 90 mil. A nação não teve, pois, um momento público de luto coletivo para reconhecer e lamentar o impacto de perder tantas vidas num período tão curto de tempo. 

O líder da Igreja Unida de Cristo e presidente do Conselho de Administração do NCC, reverendo Dr. John Dorhauer, manifestou seu apoio à realização de “Um tempos para lamentar: um serviço memorial ecumênico por vidas perdidas para o covid-19” porque “existe grande necessidade para isso agora. Nossa esperança é que, participando juntos dessa observância a cura siga os corações e mentes daqueles que estão sofrendo”, frisou. “Todos nós precisamos de consolo durante esse período muito angustiante”, agregou a bispa presidenta da Igreja Evangélica Luterana da América, Elizabeth Eaton

Na celebração, no domingo, a diretora de Operações do NCC e ministra da Vida Congregacional da Igreja Batista de Clifton Park, reverenda Dra. Leslie Copeland-Tune, informou que “líderes religiosos de todo o país e de um amplo espectro de tradições cristãs estão participando desse serviço, mas estamos fazendo isso online para tentar permanecermos seguros e saudáveis”. “Sabemos que, em todas as coisas, Jesus carrega nossos fardos e não os carregamos sozinhos”, anunciou. 

Embora lidar com a morte não seja fácil para ninguém, “o luto nesses tempos é ainda mais difícil, porque devemos permanecer fisicamente distantes um do outro”, disse, durante a celebração o bispo presidente da Igreja Episcopal, reverendo Michael Curry. “Aqueles que morreram durante esse período, muitos não tiveram o conforto de ter familiares e entes queridos perto deles”, lamentou. 

“Nossa família global está compartilhando uma dor que é esmagadora”, assinalou durante o memorial o arcebispo da Igreja Apostólica Armênia, Dr. Vicken Aykazian. “Humildemente e com o coração pesado, estou diante de vocês à procura de palavras que tragam sentido e conforto neste momento de angústia”, confessou. “Todos nos sentimos impotentes, mas este é um momento em que devemos procurar nosso Senhor e pedir por sua intervenção”. Ele também pediu intercessões pelos socorristas, “muitos dos quais deram o sacrifício final de suas próprias vidas”. 

“Oramos especialmente por aqueles que estão de luto durante o covid-19”, mas também “para aqueles que hoje vivem com a incerteza porque não conseguem ver seus entes queridos ou não sabem o que o amanhã trará, oramos por el@s também”, intercedeu a bispa da Igreja Episcopal Cristã Metodista, Teresa Jefferson-Snorton

O NCC surgiu em 1950 como “uma voz de testemunho do Cristo vivo”. Ele congrega 38 comunhões membros, em 100 mil congregações das tradições protestante, anglicana, ortodoxa, evangélica, afro-americana histórica, somando mais de 40 milhões de pessoas.

Leia mais