21 Janeiro 2020
Cardeal espanhol adverte a comunidade católica de que o país está à beira de um reavivamento comunista.
A reportagem é publicada por Catholic News Service, 17-01-2020. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
O cardeal-arcebispo de Valencia, na Espanha, Dom Antonio Canizares Llovera, disse que a eleição do governo de coalizão em novembro cria uma situação “mais crítica” do que inicialmente se pensava ou acreditava.
“O comunismo marxista, que parecia destruído com a queda do Muro de Berlim, renasceu e é certo que governará a Espanha”, falou Canizares, vice-presidente da conferência episcopal espanhola.
“O sentimento de democracia é substituído pela imposição de um único modo de pensar e pelo autoritarismo e absolutismo incompatível com a democracia”, disse.
Em carta postada em 11 de janeiro no sítio eletrônico diocesano, o cardeal falou que parecia que a Espanha estava copiando os erros dos governos socialistas da América Latina, tais como a Venezuela.
“Com grande dor, tenho de lhes dizer e advertir que percebo uma tentativa de fazer a Espanha deixar de ser a Espanha”, explicou o religioso.
O cardeal afirmou também que o espírito de transição para a democracia após a Guerra Civil Espanhola, de 1936 a 1939, e o governo subsequente do Gen. Francisco Franco foram “esvaziados e esquecidos”, apenas para serem substituídos por ideologias que “sempre dividem, nunca unem”.
Em uma aparente referência à guerra civil, o prelado lembrou a memória de ódio, intransigência e dos “rostos realçados e rejeitados”, e previu que uma Espanha dividida corre o risco de voltar aos velhos confrontos.
Canizares conclui a carta, também publicada com destaque na capa do Paraula, jornal arquidiocesano, repetindo um apelo anterior aos católicos para que “rezem insistentemente” pela Espanha.
Este sentimento do prelado foi ecoado por Dom Jesus Sanz Montes, da Diocese de Oviedo, quem disse, em carta de 12 de janeiro postada no sítio diocesano, que a Espanha estava entrando em um “momento grave” de sua história.
Montes alertou os católicos sobre as “políticas e os caminhos” que limitariam a liberdade em uma variedade de formas, sobre o emprego de mentiras como ferramenta política e da censura política que, segundo ele, seriam usadas para reprimir a liberdade de expressão.
Tudo o que os católicos podem fazer é serem os cristãos fiéis a que foram chamados a ser dentro da sociedade.
O primeiro-ministro Pedro Sanchez, líder do Partido Socialista dos Trabalhadores da Espanha, assumiu o poder em 8 de janeiro após entrar em uma coalizão com o Unidos Podemos, partido minoritário de extrema-esquerda liderado por Pablo Iglesias.
Sanchez não quis fazer o tradicional juramento de inauguração com uma mão sobre a Bíblia e um crucifixo.
O governo de Sanchez comprometeu-se com uma pauta secularizante, que conta com a exclusão das aulas de religião no currículo escolar.
Ele também prometeu legalizar a eutanásia, introduzir programas de educação sexual secular e nacionalizar as propriedades que o governo sustenta terem sido “erroneamente registradas” como sendo da Igreja Católica.
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Cardeal espanhol: ‘O comunismo marxista … renasceu’ no país - Instituto Humanitas Unisinos - IHU