13 Novembro 2019
Mais de 300 pessoas de todo o País vão participar nos próximos dias 18 e 19 de novembro, em São Paulo, do Encontro Nacional para a Economia de Francisco. O objetivo é reunir intelectuais, estudantes e jovens, movimentos sociais e ativistas das várias experiências do Brasil em geração de renda e produção sustentável como alternativas à economia geradora de desigualdades e delapidadora da natureza. As atividades acontecem no Tucarena, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
A reportagem é publicada por Fundação Perseu Abramo - FPA, 12-11-2019.
Encontro Nacional para a Economia de Francisco em SP. (Imagem: Divulgação)
O evento é organizado pela Articulação Brasileira para a Economia de Francisco (Abef) que representa 35 entidades, com o Instituto Casa Comum (ICC) e a PUC-SP.
Na carta divulgada em maio, o Papa Francisco lançou um pacto global de mudança do modelo de economia. O Pontífice convocou economistas, empreendedores e empreendedoras, jovens de até 35 anos, para participar do evento codinome que acontecerá na cidade de Assis, Itália, entre os dias 26 e 28 de março de 2020.
A mensagem de convite ao evento apresenta a intenção do Papa Francisco de pensar novas formas de economia. “Através de um ‘pacto’ comum, promoveremos um processo de mudança global que esteja em comunhão de intenções não só aos que têm o dom da fé, mas a todos os homens de boa vontade, para além das diferenças de crença e nacionalidade, unidos por um ideal de fraternidade e atentos, sobretudo, aos pobres e excluídos”, escreve Santo Padre Francisco.
Os desafios lançados pelo Pontífice são de elaboração de um novo projeto mundial de economia e da mudança do projeto curricular de formação de economistas.
Na programação brasileira, serão realizados mesas, painéis e rodas de conversa, como espaços de reflexões, compartilhamentos e troca de experiências, além de sistematizar diretrizes a partir do acúmulo das iniciativas brasileiras para a proposta da Economia de Francisco.
A abertura, marcada para às 14h, receberá o sociólogo Michael Löwy, diretor de pesquisas do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique) da França, a sacerdotisa Mãe Eleonora, do terreiro Ilê Ase Omo Oya Bagan Odé Ibô e Coordenadora do Ponto de Cultura Caminhos, e Dennis de Oliveira, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e da Rede Quilombação.
Para os debates do 2º dia de evento (19/11), estão marcados painéis de boas práticas que apresentarão as experiências brasileiras de entidades como a Unicopas (União Nacional de Organizações Cooperativas Solidárias), Articulação Nacional de Agroecologia, Fórum Estadual de Orçamento Participativo, entre outras.
Já as seis rodas de conversa, que acontecem nos dois dias, os temas debatidos serão: Economia, Finanças, Desenvolvimento, Educação, Redes e Formas de Organização. A ideia é refletir sobre uma nova economia possível para o enfrentamento da atual conjuntura sócio-político-econômico.
Como resultado, a Articulação Brasileira deve preparar uma delegação para a atividade mundial do ano que vem, além de levar modelos alternativos e experiências de economia do país por meio da Carta Brasileira para a Economia de Francisco.
O Papa Francisco lançou no início do ano duas articulações mundiais com foco em uma nova economia e uma nova educação para o mundo. O evento “Economia de Francisco” é a primeira articulação que ocorrerá em março de 2020, em Assis, Itália. O Pontífice é assessorado diretamente por dois prêmios Nobel em Economia: Amartya Sen (Nobel de 1998) e Joseph Eugene Stiglitz (Nobel de 2001).
Para o evento, serão convocados acadêmicos e especialistas em ciências econômicas que hoje estão comprometidos em todo o mundo com uma economia compatível com este contexto ideal. Por meio de três eixos temáticos, o Papa busca a elaboração de um novo projeto mundial de economia e a mudança do projeto curricular de formação de economistas.
Os três eixos temáticos devem refletir sobre bases de uma economia inclusiva, marcada pela ética, justiça social e humanismo; experiências concretas de uma nova economia; e mudanças dos currículos das faculdades de economia.
Já a segunda articulação liderada pelo Papa é sobre educação: uma nova educação mundial que respeite as diferenças e pluralidade cultural, que seja inclusiva e que dissemine a paz. O encontro nacional também está em preparação para o evento mundial que ocorre em maio do próximo ano, ainda na Itália.
A Articulação Brasileira para a Economia de Francisco (Abef) recebe até 15 de janeiro de 2020 contribuições com propostas dentro dos três grandes eixos de discussão mundial, sugeridos pelo Papa Francisco: bases de uma economia inclusiva, marcada pela ética, justiça social e humanismo; experiências concretas de uma nova economia; e mudanças dos currículos das faculdades de economia.
As propostas podem ser advindas de eventos locais ou regionais, com a mobilização de entidades que tenham modelos econômicos que superem às desigualdades atuais e tenham produções sustentáveis alternativas, de gestão e autogestão, e os apontamentos para crítica à economia política.
Os textos de referência, base das discussões brasileiras, estão no site da Articulação Brasileira.
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Encontro para “Economia de Francisco” acontece dias 18 e 19 de novembro em São Paulo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU