Haiti: caos devido à falta de combustível. Jesuítas, "O país está trancado, as pessoas vivem em condições desumanas"

Pneus em chamas vistos no início de 11 de fevereiro de 2019 nas ruas de Hinche, no centro do Haiti (Fonte: Wikimedia Commons)

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21 Setembro 2019

O caos retorna ao Haiti. Desde domingo, as pessoas voltam às ruas na capital Porto Príncipe e em outras cidades contra o governo, principalmente devido à falta de combustível, que já dura três semanas. As pessoas levantaram barricadas e na segunda-feira houve tiros e arremessos de pedra. Existem algumas vítimas. Essa é mais uma manifestação de uma longa série contra o presidente Jovenel Moise. Há mais de um ano, as pessoas saem às ruas para exigir sua renúncia, após um relatório do Tribunal de Contas local sobre o escândalo que surgiu do programa de desenvolvimento Petrocaribe, iniciado pela Venezuela do então presidente Hugo Chávez. O país na prática está paralisado.

A reportagem é publicada por Agência SIR, 19-09-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

"Sim, estamos preocupados, a situação está piorando novamente - é a mensagem que chega ao SIR da Conferência Episcopal do Haiti, que no Pentecostes lançou um Ano especial de oração pelo país. Como bispos, nos reuniremos na próxima segunda-feira e discutiremos novamente a situação no país".

A dramática situação do país é descrita em nota longa da Província dos Jesuítas do Haiti, publicada na última quarta-feira e recebida pelo SIR. Nela se destaca "o cansaço das pessoas devido à óbvia falta de liderança do presidente" e o aumento de 150% ou mesmo 200% nos preços dos combustíveis. Para reabastecer, é preciso fazer fila de quatro horas. Na prática, relatam os Jesuítas, o país está trancado, os índices de segurança social e de saúde estão diminuindo, muitas escolas permanecem fechadas.

"O presidente continua no poder, mas o apoio do governo estadunidense não é suficiente para ele - refletem os Jesuítas. Ele terá que nomear um novo primeiro ministro e formar um governo de unidade nacional, na base inevitável de um acordo político com os vários atores da vida nacional. Esse novo governo terá que falar menos, comunicar mais e agir de maneira rápida e eficaz para melhorar imediatamente as condições de uma população que vive em uma situação desumana".

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