29 Julho 2019
"Os discursos de ódio e agressão do presidente Bolsonaro e demais representantes de seu governo servem de combustível e estimulam a invasão, o esbulho territorial e ações violentas contra os povos indígenas em nosso país", escreve o Conselho Indigenista Missionário - Cimi em nota pública sobre o assassinato de liderança na Terra Indígena Wajãpi no Amapá, 28-07-2019.
Eis a nota.
O Cimi recebe com imensa preocupação e pesar as notícias de ataque de garimpeiros e assassinato de uma liderança do povo Wajãpi, no estado do Amapá. Os discursos de ódio e agressão do presidente Bolsonaro e demais representantes de seu governo servem de combustível e estimulam a invasão, o esbulho territorial e ações violentas contra os povos indígenas em nosso país.
Esperamos que os órgãos e autoridades públicas tomem medidas urgentes, estruturantes e isentas politicamente para identificar e punir, na forma da lei, os responsáveis pelo ataque aos Wajãpi. Esperamos também que o governo Bolsonaro adote medidas amplas de combate à invasão e esbulho possessório das terras indígenas no país.
Por fim, o Cimi exige que o presidente Bolsonaro respeite a Constituição Brasileira e pare imediatamente de fazer discursos preconceituosos, racistas e atentatórios contra os povos originários e seus direitos em nosso país.
Respeite os povos indígenas, presidente Bolsonaro.
Conselho Indigenista Missionário-Cimi
Brasília, 28 de julho de 2019.
Leia também
- Garimpeiros da Amazônia invadem aldeia indígena depois de cacique ser morto
- Garimpeiros invadem aldeia no Amapá e matam cacique
- Assassinato de liderança Wajãpi expõe acirramento da violência na floresta sob Bolsonaro
- “Esse governo não está enganando ninguém”, denuncia Dom Roque Paloschi após assassinato de líder indígena
- Bolsonaro confessa querer filho em Washington para negociar mineração em terras indígenas
- Mineração ilegal é mais um ataque aos direitos humanos dos povos amazônicos. Entrevista especial com Júlia Jacomini
- Madeira na Amazônia, uma fonte de lucro e destruição
- Ao desautorizar ação contra madeira ilegal, Bolsonaro premia crime ambiental na Amazônia
- Posicionamento em defesa da vida dos povos indígenas isolados e contra a construção da estrada Puerto Esperanza – Iñapari, na Amazônia - fronteira do Peru com o Brasil.
- Índios de Brasil e Peru denunciam quadrilhas de madeireiros ilegais que ameaçam e matam nativos
- Estudo denuncia epidemia de garimpos na Amazônia brasileira
- Mineração na Amazônia: os impactos sociais e ambientais que não se pode deixar de lado
- Ibama desativa garimpos ilegais em dois parques nacionais no PA
- “Estamos tomando água poluída, de mercúrio. O povo yanomami vai sumir”
- O mercúrio nas veias da Amazônia
- Desmatamento na bacia do Xingu dobra entre março e abril; área desmatada chega a 12 mil hectares no mês
- Garimpos ilegais reocupam terras indígenas em Roraima e contaminam rios
- Garimpeiros mataram índios “flecheiros” no Vale do Javari, confirma MPF do Amazonas
- Desmatamento recorde em Terras Indígenas tem garimpo e madeira ilegal como protagonistas
- Projetos poderiam liberar 5 milhões de ha de florestas à mineração
- Estímulo à exploração de terras indígenas visa ao franqueamento de terras públicas para o agronegócio. Entrevista especial com Marco Antônio Delfino de Almeida
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
‘Respeite os povos indígenas, presidente Bolsonaro’. Nota do Cimi sobre o assassinato de liderança na Terra Indígena Wajãpi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU