“Argumentar contra a ordenação de mulheres apenas com a tradição já não convence”, afirma bispo alemão

Mais Lidos

  • Elon Musk e o “fardo do nerd branco”

    LER MAIS
  • O Novo Ensino Médio e as novas desigualdades. Artigo de Roberto Rafael Dias da Silva

    LER MAIS
  • “A destruição das florestas não se deve apenas ao que comemos, mas também ao que vestimos”. Entrevista com Rubens Carvalho

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

15 Fevereiro 2019

Apesar dos repetidos “nãos” da hierarquia, a questão da ordenação de mulheres continua aberta para o bispo de Magdeburgo (Alemanha), Gerhard Feige, que sustentou que "recusar rigorosamente e argumentar [contra ela] só com a tradição já não convence".

A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 14-02-2019. A tradução é de Graziela Wolfart.

"Isso virá", afirmou Feige em uma entrevista à agência alemã de notícias católicas KNA sobre as mulheres sacerdotisas. Embora o prelado tenha ponderado que agora não é, na sua opinião, o momento para avançar com isso, já que continuam havendo muitos fiéis contra e se corre o risco de quebrar a Igreja, haverá sim um futuro no qual as mulheres assumirão as funções presbiterais. "Há tempo não pensava nisso", acrescentou o bispo.

E qual é o ponto de ruptura para o bispo alemão? O pontificado de Francisco, que destacou o fato de que a doutrina da Igreja não pode ser preservada sem permitir seu desenvolvimento. Dois mil anos de história rendem muitas novidades para o bispo de Magdeburgo, que se perguntou: "O Espírito de Deus não poderia estar nos conduzindo a novas percepções e decisões?"

O celibato "não é direito divino"

Em conversação com a KNA, o bispo Feige também defendeu uma revisão do celibato obrigatório dos clérigos, o qual, afirmou, "não é direito divino" e que também "pode tornar-se comprometedor no curso da vida".

É por razões assim que os padres casados, continuou o bispo, são "perfeitamente possíveis, e de fato já o são - e não por isso menos dignos nem sacramentais - nas Igrejas Católicas Orientais". Já que não há problema na teoria, a única questão que fica é como colocá-los em prática na Igreja romana global, explicou.

Um sacerdócio menos "arcaico-burguês" e mais "dinâmico-alternativo"

Para o bispo Feige, as possíveis introduções do sacerdócio feminino ou dos padres casados são importantes enquanto respostas ao panorama social que está sempre em transformação em seu estado de Sajonia-Anhalt, onde 80% da população já não é crente, e frente ao qual se fez necessário que todos os sacerdotes sejam menos do modelo "arcaico-burguês" e mais do modelo "dinâmico-alternativo".

"Aqui conhecemos pessoas que podem ainda não ter tido experiências decepcionantes com a Igreja e tem a visão mais aberta, e em uma sociedade secular como essa tentamos não ensinar nem disciplinar ninguém de cima, mas servir de verdade", explicou Feige.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

“Argumentar contra a ordenação de mulheres apenas com a tradição já não convence”, afirma bispo alemão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU