04 Dezembro 2018
Os presentes, as compras, a árvore decorada: tudo muito bonito, mas cuidado para não reduzir o Natal apenas a esses sinais. Corre-se o risco de cair na “tentação de mundanizar o Natal”, adverte o Papa Francisco na missa em Santa Marta desta primeira segunda-feira do Advento.
A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada em Vatican Insider, 03-12-2108. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“Quando a festa deixa de ser contemplação – uma bela festa de família bonita com Jesus no centro – e começa a ser festa mundana”, corre-se um verdadeiro perigo, alerta o papa, que, nos últimos dias, já havia advertido contra os desvios do consumismo.
Em sua homilia – relatada pelo Vatican News – o Papa Bergoglio explicou como se preparar para o evento do nascimento de Cristo, indicando “três dimensões” – passado, futuro e presente – para “fazer crescer a fé”, purificando o espírito. Aquela mesma fé com a qual se corre o risco de se “acostumar”, esquecendo a sua “vivacidade”. E, “quando estamos acostumados, perdemos aquela força da fé, aquela novidade da fé que sempre se renova”, disse o papa.
Assim, o primeiro passo a ser dado, enfatiza, é “a purificação da memória”, isto é, “recordar bem que não foi a árvore de Natal que nasceu”. Ela certamente é um “belo sinal”, mas é preciso recordar que “quem nasceu foi Jesus Cristo... nasceu o Redentor que veio nos salvar”.
“Sim, a festa...”, continuou Francisco, “nós sempre temos o perigo, sempre teremos em nós a tentação de mundanizar o Natal, mundanizá-lo... ir às compras, os presentes, e isto e aquilo... E o Senhor fica lá, esquecido. Também na nossa vida: sim, ele nasceu em Belém, mas... E o Advento é para purificar a memória daquele tempo passado, daquela dimensão”.
Depois da memória, é preciso “purificar a esperança”, ou seja, preparar-se para “o encontro definitivo com o Senhor” que “vai voltar” e virá nos perguntar: “Como foi a sua vida?”.
“Será um encontro pessoal”, ressalta o bispo de Roma. “O encontro pessoal com o Senhor, hoje, nós o teremos na Eucaristia, e não podemos ter um encontro assim, pessoal, com o Natal de 2.000 anos atrás: temos a memória daquilo. Mas quando Ele voltar, teremos esse encontro pessoal.”
Daí, chega-se à terceira dimensão, a mais “cotidiana” da fé: “purificar a vigilância”. Apesar das preocupações e das ânsias, cada vez mais numerosas, é preciso “cuidar da própria ‘casa interior’”, exorta o papa. “De fato, o nosso Deus é o ‘Deus das surpresas’, e os cristãos deveriam perceber, a cada dia, os sinais de Pai celeste, que nos fala hoje.”
Vigilância e oração, portanto, são as duas palavras-chave para o Advento: “O Senhor – conclui o Papa Francisco – veio na história a Belém. Virá no fim do mundo e também no fim da vida de cada um”. Mas Ele já “vem a cada dia, a cada momento, no nosso coração”.
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Papa convida a não ''mundanizar'' o Natal: é o nascimento de Jesus, não do pinheirinho - Instituto Humanitas Unisinos - IHU