14 Agosto 2018
Os 5 mil camponeses já marcharam cerca de 45 km nos últimos dias; eles chegam à capital federal nesta terça (14).
A reportagem é publicada por Brasil de Fato, 13-08-2018.
Já foram mais de 45 km percorridos por cada uma das três colunas da Marcha Nacional Lula Livre. Após caminharem por cerca de 15 km na manhã desta segunda-feira (13), quarto dia de atividade, os marchantes já chegaram aos arredores de Brasília (DF). Ao longo do percurso, porém, o reconhecimento e carinho da população pelas cidades em que a marcha passa reforçam os objetivos e o esforço dos camponeses.
Galdino da Silva, de 60 anos, aplaudiu os marchantes enquanto a Coluna Tereza de Benguela passava pela cidade Candangolândia (DF) nesta segunda (13). “Minha família é do Nordeste e Lula apoiou a região. Hoje eu acho que ele merece mais uma oportunidade de reconhecimento”, afirmou. Natural de Cajazeiro (PB), Galdino vive há mais de 35 anos em Brasília.
Aos 67 anos, a aposentada Maria Antonia Dalbelo, também da cidade de Candangolândia (DF), vestiu o boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), um dos organizadores da mobilização, em apoio à Marcha Lula Livre. “Essa é uma causa minha e de todo o povo brasileiro. A gente vive um regime golpista de usurpadores do poder e uma farsa nunca vista no Brasil. O mundo inteiro sabe que a prisão de Lula é uma grande mentira", denunciou.
A sem-terra Juliana Barbosa Oliveira, de 19 anos, deixou seu acampamento São Tomás Balduino, em Quedas de Iguaçu, no Paraná, para se somar aos marchantes. A jovem militante do MST, que integra a Coluna Prestes, tem total convicção do motivo que a levou até a Marcha Lula Livre. “Estou marchando para representar a juventude. Vim com meus amigos para viver um momento histórico do país”, revelou.
Ela terminou o ensino médio no final do ano passado e está se preparando para entrar no curso de Direito. O sonho é se tornar delegada de polícia e enfrentar o preconceito contra o MST. “Atualmente, muitos delegados são contra o MST porque não sabem o que é o Movimento. Quero ter a chance de mudar essa visão errada”, destacou.
O trabalhador rural Airton Augustinho, de 32 anos, também saiu do assentamento onde vive em São Cristóvão do Sul, Santa Catarina, na quarta-feira à tarde e chegou na sexta-feira de manhã em Luziânia, no estado de Goiás, para se unir à Marcha Lula Livre.
Ele viajou com a mãe e afirma que tem orgulho de participar de um momento histórico junto aos seus companheiros. “Deu para fazer vários amigos na conversa dentro do ônibus durante a viagem. A marcha é um momento de união e amizade”, apontou. Sobre o motivo que o levou à marcha, o agricultor respondeu sem pestanejar: “Para Lula ser presidente e melhorar o país”.
Moradora do assentamento Fazenda Anone, em Pontão (RS), a estudante Regiane Souza Oliveira, 26 anos, diz que marcha para exigir seus direitos e mais democracia. “É um momento histórico de luta pela democracia. A gente está escrevendo a história para o futuro”, disse orgulhosa.
“O Judiciário e o poder eleitoral precisam ouvir a voz do povo. O candidato que o povo quer é aquele que está na frente das pesquisas. Que democracia é essa que não respeita a voz do povo?”, questionou a estudante.
Os cerca de 5 mil camponeses que marcham divididos em três colunas se encontram nesta terça-feira (14) na capital federal, dia da chegada da mobilização em Brasília. No dia seguinte, os marchantes participarão do ato de homologação da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, último dia para que os pré-candidatos registrem seus nomes ao pleito eleitoral de outubro.
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Marcha Lula Livre - Instituto Humanitas Unisinos - IHU