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Nicarágua. Os netos da revolução. Artigo de Sergio Ramírez

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02 Junho 2018

“Não há nada de nacionalismo mesquinho na utilização da bandeira da Nicarágua. É o símbolo dos netos [da revolução que derrubou Somoza] para recuperar a nação, e por trás dessa onda seguem seus pais e não poucos dos avós, que também se colocam atrás dos passos que abrem o caminho para o futuro, felizmente, até agora, distante dos partidos políticos desta maré”, escreve Sergio Ramírez, escritor premiado e protagonista da revolução nicaraguense, quando encabeçou o Grupo dos Doze, formado por intelectuais, empresários, sacerdotes e dirigentes que apoiaram a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).

O artigo é publicado por La Jornada, 01-06-2018. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Os jovens que foram às ruas para dar a cara pela Nicarágua, nasceram a partir dos anos 1990, ou neste mesmo século, e portanto a revolução que derrubou Somoza é um fato ignorado por muitos deles, ou foi distorcido pela propaganda oficial, o que vem a ser o mesmo.

São os netos de uma revolução distante ou ausente em sua memória, mas a carregam de qualquer modo nos genes, porque aquela também ocorreu por razões morais, diante do cansaço frente a uma ditadura familiar que se acreditava dona do país, e quando se viu ameaçada não vacilou em recorrer à repressão mais cruel. E ao extermínio.

A ditadura de Somoza apontou os jovens como delinquentes, e a juventude pagava com a vida. Todos os dias, apareciam corpos torturados e mutilados, ou simplesmente com um tiro na cabeça, em Cuesta del Plomo, a oeste de Manágua, um necrotério a céu aborto onde as mães iam em busca de seus filhos desaparecidos. Por isso, o lema que se espalha hoje nas marchas - “Não eram delinquentes, eram estudantes! - é muito familiar, um eco que conecta o passado dos avós ao presente dos netos.

Todo o ardor juvenil desperta a imaginação e enche as palavras de sentido, confere a elas uma dimensão que as torna verdadeiras, e por ser verdadeiras se tornam parte de uma cultura nova e fresca. Então, falam as paredes, os cartazes e, hoje em dia, fala também o humor a partir dos memes nas redes sociais. A improvisação engenhosa se reveste de legitimidade. É um revés irreverente à mentira.

“Tiraram tanto de nós, que nos tiraram até o medo”, lê-se em um cartaz de papel Kraft. E em outro: “Nunca tinha visto tantos corajosos sem armas e tantos covardes armados”. Outro apregoa com muita sabedoria: “Quando se lê pouco, dispara-se muito”. Uma jovem escreveu com pincel em sua barriga de grávida: “Que se renda a sua mãe, porque a minha não”. Um que está entre meus favoritos: “Desculpe os transtornos, estamos mudando o país para você”. E este que tem indubitável peso histórico: “Há décadas em que nada acontece, e há semanas em que décadas acontecem”.

E a insurreição cívica também possui o seu lado sonoro, velhas canções dos anos 1970, nas quais são revividas as vozes dos Quilapayún, entoando com ritmo nostálgico “o povo, unido, jamais será vencido”, e as que foram compostas pelos irmãos Carlos e Luis Enrique Mejía Godoy, e muitos outros compositores jovens.

A distância, esse vazio de décadas, faz, não obstante, que os netos desprezem ou rejeitem não poucos dos símbolos sob os quais os avós lutavam; e aqueles avós que hoje detêm o poder se tornaram indesejáveis para seus descendentes. Eles e os símbolos que se apropriaram. A propaganda oficial opera milagres danosos, como foi o abuso, durante a última década, da bandeira vermelha e preta, que de herança histórica passou a ser apreendida por uma seita.

Essa bandeira, alçada pelo general Sandino nas montanhas das Segovias em sua atuação de seis anos pela soberania nacional, e cujas cores identificava em suas declarações com os propósitos de sua luta, negro pelo luto da pátria agredida, vermelho pelo sangue derramado, esteve nas barricadas na insurreição que deu fim ao somozismo.

E é necessário advertir, porque é essencial, que entre uma luta e outra, a que terminou há quase 40 anos, em 1979, e a de agora, há uma diferença fundamental: os netos brigam sem armas de guerra. São os que puseram os mortos, em uma resistência cívica sem precedentes, e desta maneira, ainda que com dor e sofrimento, e sacrifício, abrem ao país a oportunidade de uma mudança política: a passagem da ditadura à democracia, sem que medeie uma guerra civil.

Essa bandeira a qual volto, foi expropriada e desviada de tal maneira que chegou a substituir, à força, a bandeira nacional, e usada como elemento decorativo até a náusea. Multiplicou-se em tribunas de atos públicos, eventos oficiais, desfiles e concentrações, assim como se multiplicaram as árvores da vida, até se converter em símbolos odiosos do poder.

Não é estranho que os netos a repudiem, e até lhe coloquem fogo, já que ignoram que se trata de uma herança de seus avós, por sua vez recebida de um tataravó distante e difuso, e cuja figura também foi distorcida, e a vejam apenas como uma impostura que o novo poder familiar colocou no lugar da bandeira do país, cujas cores, azul e branco, se multiplicam nas marchas de protesto, nas fachadas das casas, nos vidros dos veículos, nos lenços de cabeça, nos rostos dos jovens manifestantes.

A bandeira nacional se tornou um símbolo subversivo que se levanta de maneira espontânea, e massiva, e representa a unidade do país na luta por conquistar a democracia e as liberdades públicas. O partido oficial correu para resgatá-la, mas de maneira tardia e falida. Em suas mãos, tudo resulta em imposição e em falsificação.

Não há nada de nacionalismo mesquinho na utilização da bandeira da Nicarágua. É o símbolo dos netos para recuperar a nação, e por trás dessa onda seguem seus pais e não poucos dos avós, que também se colocam atrás dos passos que abrem o caminho para o futuro, felizmente, até agora, distante dos partidos políticos desta maré.

Uma reivindicação assim, sem caudilhos, nem aprendizes de caudilhos, liderada por jovens lúcidos e transparentes, felizmente inexperientes em artimanhas políticas, é o que nos dará uma nova Nicarágua. É a vez dos netos.

Masatepe, maio 2018.

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