Nicarágua. Ameaças contra Dom Silvio Báez

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14 Mai 2018

Ao mesmo tempo que ficamos sabendo que os vândalos orteguistas destruíram uma estátua de Nossa Senhora de Cuapa, na rotatória de Ticuantepe, na mesma data de sua celebração que acontece no dia 8 de maio, lemos no portal católico espanhol Religión Digital uma denúncia da manipulação da fé católica feita pela ditadura de Daniel Ortega e Rosario Murillo e que a vida de dom Silvio Báez poderia estar correndo um sério perigo.

A reportagem é publicada por La Prensa, 09-05-2018. A tradução é de André Langer.

Referimo-nos ao artigo intitulado Silvio Báez, o bispo que enfrentou o comandante Ortega, escrito pelo teólogo e jornalista espanhol José Manuel Vidal, diretor de Religión Digital, que é muito próximo ao Vaticano.

Vidal adverte que o regime de Ortega colocou o bispo Báez na sua mira, “com ataques vindos do governo e orquestrados por jornalistas pró-governo, meios de comunicação da situação e contas anônimas em redes sociais, como Facebook e Twitter”.

Com grande preocupação, o diretor do portal digital católico adverte que “o governo de Ortega repete e copia contra o bispo Báez as técnicas utilizadas pela extrema direita salvadorenha contra o futuro novo santo dom (Óscar Arnulfo) Romero, que acabaram em seu assassinato. De fato – acrescenta Vidal –, acusam dom Báez de ser ‘o cabeça da subversão’ e já recebeu várias ameaças de morte”.

Esta denúncia não deve ser vista como exagerada ou alarmista. O regime de Ortega demonstrou plenamente sua natureza homicida com a brutal repressão dos protestos pacíficos de abril que se estenderam até maio. De maneira que a malévola campanha governista contra o bispo Silvio Báez não deve ser subestimada.

Certamente, dom Baez está ciente do perigo que corre, mas não se deixa intimidar. Ele mesmo disse isso publicamente. Quando os membros da Conferência Episcopal da Nicarágua voltaram de Roma depois de uma visita oficial ao Papa Francisco, em setembro do ano passado, dom Báez contou parte do que lhes dissera o Sumo Pontífice da Igreja Católica.

Francisco alertou nessa ocasião os bispos da Nicarágua de que eles poderiam ser vítimas de “espionagem, de perseguição e de martírio”. E quando Ortega o atacou duramente, mesmo sem mencionar seu nome, depois da farsa eleitoral municipal de novembro de 2017, dom Báez lembrou que “há textos (bíblicos) em que se convida a rezar pelos governantes”, mas há outros – disse – em que “o poder é identificado com um animal, ou dois animais, aquele que exerce o poder e aquele que fala em seu nome, fazendo propaganda”. E acrescentou que se pede aos cristãos para que “estejam dispostos a dar a vida, mas que nunca deixem de lutar e denunciar”.

José Manuel Vidal diz em seu artigo que dom Báez foi enviado pelo Vaticano para a Nicarágua em 2009 para cumprir uma missão, e a está cumprindo. Assegura que a Igreja “necessitava de um intelectual de prestígio para acompanhar de perto e criticar com argumentos e razões a deriva autoritária do sandinismo de Ortega”.

Uma missão que dom Baez está cumprindo com fé, coragem e tenacidade, características de um profeta cristão.

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