Por: Lara Ely | 23 Novembro 2017
O Chile acaba de criar uma comissão de assessoria presidencial para combater as mudanças climáticas. Um decreto foi assinado na última quarta-feira pela presidente chilena, Michelle Bachelet, no Palácio de La Moneda. A Comissão Permanente de Assessoria Presidencial sobre Mudanças Climáticas é composta por mais de 30 membros, incluindo especialistas da sociedade civil, autoridades e representantes de organizações. Essa instância deve decidir sobre os instrumentos e processos relacionados à ação climática no país sul-americano, para entregar "uma visão intergeracional, intersetorial e multisetorial a longo prazo que contribua para o desenvolvimento da referida ação".
Essas funções consistem em elaborar propostas de design de instrumentos e processos que permitam definir e implementar a política pública climática nacional, bem como o cumprimento dos compromissos internacionais do Chile. "Hoje, mais do que nunca, esses caminhos de ação, de responsabilidade transversal, pertencem a todos os habitantes do nosso país", afirmou a presidente. Bachelet disse ainda que a comissão deveria contribuir "para a coerência da ação climática no Chile através da geração de pareceres técnicos, que analisam os diferentes instrumentos políticos, o mercado e outros relacionados à matéria".
O grupo deve propor áreas prioritárias para futuras políticas públicas com foco climático, além de áreas de pesquisa para a variável climática, bem como fornecer informações que contribuam para o processo de tomada de decisão das autoridades chilenas e mundiais. "Começamos de uma boa base: a convicção que você pode e o orgulho de que, embora nossas emissões sejam pequenas em termos globais (0,3 por cento), podemos olhar para os nossos colegas com a paz de espírito e dar um enorme contributo", afirmou Bachelet.
O tema da poluição, incluindo a causada pelos resíduos, faz parte de uma agenda mundial e é o principal tópico da Terceira Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, que acontecerá em Nairóbi, no Quênia, de 4 a 6 de dezembro. Como fórum decisório mundial de mais alto nível sobre questões ambientais, a assembleia reunirá governos, líderes empresariais, sociedade civil e outras partes interessadas em compartilhar ideias e se comprometer com ações contra a poluição.
De acordo com a agência das Nações Unidas, mais de 145 mil toneladas de lixo, ou cerca de 30% do total, são destinadas a locais inadequados diariamente na região. A geração diária de resíduos sólidos urbanos nos países da América Latina e do Caribe atingiu cerca de 540 mil toneladas, e a expectativa é de que, até 2050, o lixo gerado na região alcançará 671 mil toneladas por dia.
“Os dados apresentados pela ONU Meio Ambiente mostram que, mesmo com algumas melhorias alcançadas nos últimos anos, cerca de 170 milhões de pessoas ainda estão expostas às consequências desse problema em decorrência dos graves impactos causados ao meio ambiente (solo, ar e água) e à saúde da população”, disse Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe e membro do Comitê Diretivo do Atlas de Resíduos.
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Chile cria comissão permanente para combater mudanças climáticas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU