03 Novembro 2017
"A tolerância é o espírito da Europa", disse a Chanceler alemã Angela Merkel a personalidades políticas, culturais e religiosas, reunidas em Wittenberg, na terça-feira, para a cerimônia oficial de encerramento do Jubileu da Reforma Protestante.
Expressando sua visão da herança de Martinho Lutero, ela declarou-se favorável à "liberdade de religião para todos". Disse que o Jubileu permitiu reforçar a "consciência de nossas raízes cristãs".
O evento, que comemorou o aniversário da data em que Lutero pregou as 95 teses no Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, foi o ponto alto das comemorações dos 500 anos da Reforma.
A reportagem é de Delphine Nerbollier, publicada por La Croix International, 02-11-2017. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
Recordes de vendas de uma nova edição da Bíblia de Lutero foi um dos grandes sucessos do ano, bem como as dez apresentações de crossover clássico sobre o reformador protestante, com lotação esgotada.
No entanto, a adesão foi baixa.
É verdade que Wittenberg, Erfurt e Eisenach, cidades ligadas a Lutero, registraram um aumento no número de turistas, mas vários eventos não conseguiram atrair o sucesso esperado, como, por exemplo, reuniões de protestantes realizadas em seis cidades em maio.
A embaixatriz das celebrações, Pastora Margot Kässmann, no entanto, acredita que o evento permitiu o surgimento de um debate "sobre o papel da religião" para além dos círculos religiosos.
Por outro lado, alguns protestantes são mais críticos, como o teólogo Friedrich Schorlemmer, que, em um documento de 16 páginas, lamentou que os organizadores "perderam a oportunidade de falar abertamente da crise na Igreja e desenvolver uma nova visão".
A Igreja Evangélica alemã (Luterana, EKD) deve emitir um relatório oficial sobre o Jubileu em meados de novembro.
Deixando de lado as críticas, protestantes e católicos avaliaram o evento positivamente em termos de ecumenismo. Um grande sucesso foi a presença do Papa Francisco em um serviço ecumênico, em 31 de outubro de 2016, em Lund, na Suécia.
"Pela primeira vez, luteranos e católicos olharam para a Reforma a partir de uma perspectiva ecumênica", observou a Federação Luterana Mundial e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, em uma declaração conjunta publicada na terça-feira.
Mais uma vez, parece que "o que temos em comum é muito maior do que o que nos separa", afirmaram.
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Últimos aplausos para o Jubileu da Reforma. Angela Merkel encerrou, em Wittenberg, as comemorações do 500º aniversário da Reforma - Instituto Humanitas Unisinos - IHU