Minha posição sobre a Venezuela. Artigo de Boaventura de Sousa Santos

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06 Junho 2017

“Continuo solidário com a Revolução Bolivariana, mas ser solidário não significa não poder ser solidariamente crítico”, escreve Boaventura de Sousa Santos, sociólogo português, em artigo publicado por Página/12, 05-06-2017. A tradução é de André Langer.

Eis o artigo.

Continuo solidário com a Revolução Bolivariana, mas ser solidário não significa não poder ser solidariamente crítico. A posição contrária nos levou a cometer muitos erros no passado. Como é público, fui solidariamente crítico com a Revolução Cidadã do Equador, mas não tive nenhuma dúvida em manifestar o meu apoio a Lenín Moreno.

Os intelectuais têm um pecado original: traem as causas com muita facilidade. Há duas maneiras de trair: criticar muito cedo quando os processos de transformação ainda estão em sua primeira fase ascendente; não criticar quando os sinais são evidentes de que os processos de transformação não vão bem.

As coisas não vão bem na Venezuela devido a uma intervenção grosseira do imperialismo norte-americano e a muitos erros cometidos pelos líderes políticos em tempos recentes. Ao assinar o documento que pede o fim da violência nas ruas, procuro manifestar o meu apoio ao processo bolivariano. Quero que na Revolução Bolivariana caibam ideias e pessoas como Edgardo Lander, um intelectual e um ativista que esteve em todas as lutas da esquerda nos últimos 20 anos (desde que o conheço). Não aceito que o considerem reacionário por presidir a mesa da coletiva de imprensa contra a violência nas ruas, mesa em que esteve um ex-ministro do presidente Chávez.

Quero uma Revolução Bolivariana onde caibam as aspirações dos povos indígenas e o grito a seu favor do grande intelectual-ativista indígena José Ángel Quintero Weir.

No conjunto de organizações que se unirão pelo fim da violência nas ruas, há muitas pessoas que não considero nossos aliados. Pelo contrário, elas são nossos adversários. Também não concordo com algumas críticas aos atos recentes do governo do presidente Maduro, porque todos conhecem o bloqueio que a Assembleia Legislativa decidiu em relação aos atos do governo legítimo. Mas o importante do documento é a busca de uma convergência mínima: deter a violência nas ruas, de modo a impedir a intervenção militar estadunidense, que está em preparação. Esta intervenção terá consequências profundas para toda a América Latina, a começar por Cuba.

É isso que me move. Posso estar errado, mas considero que esta é a melhor maneira de defender a Revolução Bolivariana.

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