Documentário sobre construção de hidrelétrica na Amazônia é tema de debate em Porto Alegre

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

04 Abril 2017


Filme narra a construção da usina hidrelétrica de Jirau entre 2011 e 2014 | Foto: Reprodução

O jornalista Caio Cavechini é o convidado de uma palestra na 7ª Semana do Jornalista da universidade ESPM, em Porto Alegre, nesta terça-feira (4). Ele falará sobre o documentário “Jaci – Sete Pecados de uma Obra Amazônica”, que trata da construção de Jirau, uma das maiores hidrelétricas do Brasil, erguida em meio à Floresta Amazônica no Rio Madeira, em Rondônia.

A informação é de Luís Eduardo Gomes, publicada por Sul21, 03-04-2017.

Entre 2011 e 2014, Cavechini acompanhou a vida de trabalhadores e de moradores da vila de Jaci-Paraná (RO), atingida pela construção da obra – viu sua população quadruplicar durante a construção -, e coletou depoimentos de autoridades e especialistas para traçar um retrato de seus impactos sociais, ambientais e trabalhistas. Iniciada em 2009, no segundo mandato de Lula, gerou uma série de embates dentro do próprio governo durante a fase anterior de licenciamento ambiental.

Jirau está na origem das divergências entre as então ministras de Lula, Marina Silva e Dilma Rousseff. No auge, mais de 25 mil operários trabalharam diretamente na obra, que custou R$ 19 bilhões, consumiu mais de dois milhões de metros cúbicos de concreto para barrar o rio Madeira e só foi inaugurada oficialmente em dezembro passado, apesar de ter começado a gerar energia em 2013.

Cavechini conta que a ideia para o documentário surgiu quando viajou a Jaci, em 2011, para cobrir um grande protesto de trabalhadores da usina para o Profissão Repórter. Ele conta que, quando chegou lá, percebeu que o assunto precisaria ser “melhor explicado” e que os próprios trabalhadores tinham muitas imagens gravadas em celular. Ao final, mais de 30 tipos de câmeras diferentes foram utilizados durante a gravação, incluindo as filmagens dos operários.

Cavechini dividiu os temas em “pecados”, que são os sete capítulos do documentário que narra diversas facetas da construção de Jirau. Ele conta que a ideia para adotar essa divisão surgiu da frase que abre o trailer (ver abaixo): “Jaci é a cidade do pecado”. Além das partes que falam sobre o impacto ambiental e acidentes de trabalho, uma rotina durante a obra e muitos deles fatais, o documentário também traz capítulos que falam sobre o cotidiano das pessoas de Jaci e o que elas pensam sobre a obra, inicialmente, defendida por movimentar o comércio, incluindo o de cabarés.

“Quando começa uma obra desse tamanho, a população e os comerciantes sempre querem que aconteça, porque vai gerar movimento. Mas essas comunidades foram tão transformadas que, depois que a obra terminou, eles próprios, principalmente os comerciantes, já estavam percebendo que o dano foi maior que os benefícios”, diz o diretor do documentário.

Ao voltar a Jaci para a exibição do filme, lançado em 2015, Cavechini diz que se percebia que a obra tinha afetado o lençol freático e condenado o abastecimento de água da região.

O documentário foi produzido de forma independente pela ONG Repórter Brasil, com a qual Cavechini colabora.

Leia mais