08 Março 2017
Os dez anos que nos separam da morte de Piergiorgio Welby parecem se duplicar quando olhamos para a mudança de atitude da Igreja Católica, e certamente é a sombra de Francisco que exagera o efeito da distância.
A nota é de Luigi Accattoli, publicada no jornal Corriere della Sera, 07-03-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A comparação entre o funeral negado na época a Welby e a acolhida de hoje ao pedido dos familiares de Fabo é assimétrica, porque Mina Welby, católica praticante, pedia para Giorgio uma “liturgia das exéquias” plena, enquanto a mãe de Fabo pedia apenas a hospitalidade nos locais paroquiais para uma “recordação” dos familiares e dos amigos.
Será – pelo que se sabe – de uma “liturgia da Palavra” e não de um funeral de verdade, com missa e bênção das cinzas (Fabo escolheu a cremação). No entanto, a atitude diferente é surpreendente, considerando também que, em ambos os casos, é semelhante a reivindicação de uma lei sobre o fim da vida que reconheça a vontade subjetiva de morrer.
Na sua época, o cardeal Ruini havia motivado a negação do funeral com a referência àquela reivindicação “contrária” ao ensinamento católico. Para entender a nova atitude, são úteis estas palavras ditas por Francisco no dia 14 de junho de 2013, a fim de solicitar a aproximação aos não crentes: “Para dialogar, é preciso abaixar as defesas e abrir as portas”.
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A mudança "bioética" da Igreja e as palavras de Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU