04 Março 2017
Conter as consequências das alterações climáticas no planeta causadas pelas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) é um dos maiores desafios da humanidade neste século 21. Na mais recente reunião do clima entre países do mundo inteiro, a COP 21 realizada em Paris em dezembro de 2015, o texto final do acordo chamado “Transformando nosso mundo: a agenda de Desenvolvimento Sustentável para 2030” reconhece que as alterações climáticas são uma ameaça urgente e potencialmente irreversível e exige uma grande cooperação de todos os países para acelerar a redução das emissões globais de GEE, especialmente o CO2. O Brasil tem um papel importantíssimo na agenda de Desenvolvimento Sustentável, especialmente conservando a floresta amazônica. Uma das formas efetivas de proteger as florestas é multiplicar os projetos de redução de emissões por desmatamento e degradação de florestas (REDD+) e incrementar o mercado de créditos de carbono.
A informação é publicada por Imaflora, 04-03-2017.
Neste contexto mundial atual o Workshop REDD+ Amazônia – Do desenvolvimento à implantação, a ser realizado em março em Manaus, no estado do Amazonas, quer contribuir para a redução das emissões brasileiras formando um grupo heterogêneo de profissionais do setor agroambiental e de mercado de créditos de carbono que ajudará o governo a atingir os compromissos assumidos no acordo de Paris. O workshop foi desenvolvido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), em parceria com o Instituto National de Pesquisas Amazônicas (Inpa) e a Hdom Engenharia e Projetos Ambientais.
O REDD+ consiste em recompensar pessoas e governos detentores de florestas nativas que trabalhem para evitar o desmatamento e a degradação, uma vez que a vegetação em pé ajuda a manter o equilíbrio do clima retendo grandes quantidades de carbono. Assim, seria possível remunerar as emissões evitadas pela geração de créditos de carbono negociados em mercados financeiros. No Brasil, a maior causa das emissões é o desmatamento e degradação das florestas nativas. A estimativa é de que mais da metade do carbono que o país libera na atmosfera é proveniente dessa atividade, sobretudo na Amazônia.
Tiago Ricci, advogado especializado em questões jurídicas ambientais que há 10 anos atua na área de regulação climática e mercados de ativos ambientais, abordará, no Workshop, as diversas etapas dos estudos de viabilidade jurídica na implementação de projetos de REDD+. “O conceito teórico, a experiência prática e a diversidade de conhecimentos que trarão diferentes conteúdos torna o curso ainda mais completo”, diz Ricci. Ele acredita que o workshop trará uma bagagem enriquecedora para sua área: “Certamente vai gerar maior fundamento no meu campo de atuação. É importante ouvir e entender o conteúdo multidisciplinar que envolve a matéria climática para desenvolver nosso trabalho de forma mais embasada e fundamentada”. Ricci antevê a importância do encontro também para as decisões governamentais na área de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. “A matéria, por si só, já é de extrema relevância no cenário internacional político, econômico, social e ambiental. O Brasil é peça fundamental para o alcance das metas do acordo de Paris”, diz.
O gerente do Programa de Mudanças Climáticas e REDD+, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento da Amazônia (Idesam), Pedro Soares, é da mesma opinião. Seu trabalho consiste em coordenar projetos e captação de recursos para implantação de programas de REDD+ com produtores rurais e comunidades tradicionais da Amazônia. No workshop, Soares quer mostrar porque o REDD+ é o grande vetor de mitigação das mudanças climáticas. “Também quero mostrar como estão os projetos de redução de emissões por desmatamento e degradação no Brasil, nos níveis estadual e federal, e apontar as dificuldades que enfrentamos na Amazônia para conseguir financiamento”, resume.
Para Pedro Soares, a realização do workshop acontece em momento muito favorável. “Estamos num período de retomada dos projetos de REDD+ no país. Tudo estava muito morno nos últimos anos, mas depois da COP 21 houve uma grande mobilização da sociedade civil e dos estados amazônicos para avançar de forma mais concreta. A expectativa atual é de incremento dos projetos”, prevê o especialista do Idesam. E completa: “Nesse cenário positivo o workshop só tem a agregar conhecimento e mostrar a eles a boa perspectiva de elaboração de projetos, desafios e oportunidades que temos pela frente”.
O pesquisador de política ambiental e gestor de projetos do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Tiago Reis, também estará presente no workshop promovido pelo Imaflora. Graduado em relações internacionais e mestre em ciências e política ambiental com especialização em gestão e avaliação de políticas públicas, Reis reitera a ótima oportunidade para a troca de ideias e expertises durante o encontro em Manaus. “O REDD+ é um poderoso instrumento econômico para a conservação de nossas florestas. É preciso debater as oportunidades de incremento dos projetos e propor soluções diante das barreiras que ainda existem para a sua plena implementação”, conclui.
Encontre as principais referências do Brasil em projetos de carbono.
Quando – de 13 e 17 de março de 2017
Onde – Sede da Estação Experimental de Silvicultura Tropical do Inpa, em Manaus.
Carga horária – 57 horas
Vagas disponíveis – 20 vagas
Investimento – R$ 2.800,00 (No valor do Workshop estão inclusos: hospedagem, alimentação, material didático teórico, experimentações práticas e translado aeroporto – ZF2 em horário determinado).
Informações e inscrições www.imaflora.org | (19) 3429-0815 | Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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Projetos de conservação da Amazônia ajudarão a combater as mudanças climáticas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU