07 Dezembro 2016
Na missa do domingo 04 de dezembro, na Basílica de Caacupé, o bispo do Vicariato Apostólico de Pilcomayo, dom Lucio Alfert, O.M.I., criticou o tratamento reservado aos indígenas do Paraguai. Exortou os jovens para ser a esperança para os grupos étnicos e, portanto, acabar com a injustiça, a desigualdade e a rejeição em relação a esta parcela da população. “Deus nos criou com as nossas diferenças, mas temos a mesma dignidade”, destacou dom Alfert durante a homilia, acrescentando: “somos chamados a conviver fraternalmente em uma sociedade pluriétnica e pluricultural”.
A reportagem é publicada pela Agencia Fides, 05-12-2016. A tradução é de André Langer.
Segundo a informação recebida pela Agencia Fides, de cerca de 2.500 indígenas de várias regiões do país, sobretudo do Chaco, participaram da celebração. Por isso, uma leitura da missa e a oração dos fiéis foram lidas em nivaclé, a língua nativa do Paraguai.
O bispo lamentou que, “para a sociedade, ser diferente ‘é algo ruim’. Isto provoca rejeição, falta de respeito pelos direitos fundamentais das comunidades indígenas”, reiterou.
“O verdadeiro problema dos paraguaios é o desconhecimento das diferentes culturas. Entre nós, os indígenas são os que mais sofrem a indiferença, a incompreensão, são expulsos de suas terras e seus direitos não são respeitados”, disse. Na sequência, condenou duramente os políticos e narcotraficantes que utilizam as terras ancestrais para seus fins particulares e abusam dos que nelas moram.
“Não será fácil sonhar com uma pátria nova; há pessoas com muito poder que podem sufocar os nossos sonhos. Espero que eles hoje escutem São João Batista, que chamou este tipo de gente de raça de víboras”, disse o bispo para concluir.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
“Os indígenas sofrem a indiferença, a incompreensão e a falta de respeito pelos seus direitos”, denuncia bispo paraguaio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU