O governo envia, finalmente, a
reforma da Previdência ao Congresso Nacional. Os operadores políticos de
Michel Temer afirmam que, junto com a
PEC do teto dos gastos, em fase final de tramitação no Senado, essa reforma permitirá ao brasileiro enxergar a luz no fim do túnel da
crise econômica. O problema é que o brasileiro voltou às ruas neste final de semana para informar que continua enxergando no fim do túnel não a luz, mas o pus da
corrupção.
O comentário é de
Josias de Souza, jornalista, publicado por portal
Uol, 05-12-2016.
No dia em que Temer recebeu os caciques do Congresso para repassar os detalhes da reforma da Previdência, a Polícia Federal, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, fez batidas de busca e apreensão nas casas de um ex-presidente da Câmara,
Marco Maia, do PT, e de um ministro do Tribunal de Contas da União,
Vital do Rego, ex-senador do PMDB de
Michel Temer. Como se fosse pouco, o réu
Renan Calheiros foi enxotado do comando do Senado por uma liminar do Supremo. É nessa conjuntura apodrecida que Temer pede aos brasileiros que dêem sua cota de sacrifício.
Num cenário de grande estabilidade política e prosperidade econômica seria difícil aprovar uma
reforma da Previdência profunda como a que o Brasil necessita. Num quadro de instabilidade política e de ruína econômica, o desafio do governo é muito maior. Cercado de aliados suspeitos,
Temer entrou naquela fase em que ou a coisa vai ou racha. Diante da falta de alternativas, muita gente torce para que a coisa vá. Mesmo rachada.