"O ministério do pontífice ainda nos separa." Entrevista com Paolo Ricca

Mais Lidos

  • O celibato de Jesus: “O que o Papa disse me deixou com um enorme desacordo”. Artigo de Eduardo de la Serna

    LER MAIS
  • Os ataques aéreos permitidos contra alvos não militares e o uso de um sistema de inteligência artificial permitido ao exército israelense levam a cabo sua guerra mais mortífera em Gaza, revela uma investigação de +972 e Local Call

    Uma fábrica de assassinatos em massa

    LER MAIS
  • A nova extrema-direita e sua atração pela Bíblia e pelas religiões

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

02 Novembro 2016

Paolo Ricca, teólogo protestante e um dos principais especialistas na Itália do pensamento de Lutero, acolhe com satisfação o gesto e as declarações de Bergoglio. Embora advirta: "Ainda há passos a serem dados no campo do reconhecimento recíproco das Igrejas".

A reportagem é de Paolo Griseri, publicada no jornal La Repubblica, 01-11-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

Professor Ricca, o papa de Roma diz que "a doutrina da justificação expressa a essência da existência humana diante de Deus". Uma afirmação reconfortante?

É sempre bom e positivo quando nos reconhecemos reciprocamente. O pensamento de Lutero sobre a justificação é um aspecto importante da doutrina cristã. Embora não seja o único.

No sentido de que, aplainada a divergência sobre esse ponto, ainda há outros?

Precisamente. Estamos no meio de um caminho que ainda deve ser feito completamente.

Quais são as divergências que dizem respeito ao tema da relação entre o homem e Deus?

Sobre o ponto da justificação, eu diria que, substancialmente, as principais diferenças foram superadas, e que hoje católicos e protestantes têm um ponto de vista comum.

O que ainda os divide?

As tomadas de posição sobre a ética e a concepção do ministério.

O ministério mais controverso é o do papa?

Certamente é um ponto importante. O papa é simplesmente o bispo de Roma.

Esse, historicamente, foi um nó decisivo, um dos pivôs da divisão cultural e social da Europa. É possível costurá-lo novamente hoje?

Eu acho que é importante, em um momento como este, fazer gestos de reunificação. Justamente porque esses gestos têm significado não só religioso, mas também um significado que vai além em um momento de divisões.

Qual é o próximo passo a ser dado?

Eu acho que o próximo ponto a ser resolvido é o do reconhecimento, da parte católica, das Igrejas reformadas como verdadeiras Igrejas de Cristo.

Hoje não é assim?

Hoje, há uma assimetria. A Igreja Católica considera as Igrejas reformadas não como Igrejas, mas como simples comunidades.

Se eles considerassem vocês como Igreja, deveriam renunciar ao primado do bispo de Roma.

De fato, esse é um ponto delicado. Mas é o único caminho para superar a assimetria e nos reconhecermos reciprocamente.

Leia mais:

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

"O ministério do pontífice ainda nos separa." Entrevista com Paolo Ricca - Instituto Humanitas Unisinos - IHU