Por: João Flores da Cunha | 19 Outubro 2016
O México é o país onde mais jornalistas foram mortos no mundo em 2016, de acordo com informações da organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras. Segundo o barômetro elaborado pela instituição, 12 jornalistas foram assassinados no país latino-americano entre janeiro e outubro. O Brasil, que já registrou quatro mortes de jornalistas neste ano, divide a quarta posição no ranking com o Iraque, estando atrás de Síria (sete mortos) e Iêmen (cinco).
Na América Latina, também registraram mortes El Salvador, Guatemala e Honduras – um jornalista morto, nos três casos. O ranking leva em consideração mortes que ocorreram no exercício da profissão ou por conta da profissão. No total, 47 jornalistas foram assassinados em 2016 até o momento.
No Brasil, as vítimas são Maurício Campos Rosa, que era dono do jornal O Grito, de Santa Luzia (MG), e foi morto com cinco tiros em 17-08; João Miranda do Carmo, do site SAD sem censura, assassinado com 13 disparos em Santo Antônio do Descoberto (GO) em 24-07; Manoel Messias Pereira, que mantinha um blog no sítio Sediverte Notícias, e foi morto com dois tiros nas costas em 9-04 em Grajaú, no interior do Maranhão; e João Valdecir Borba, assassinado na rádio em que trabalhava, em São Jorge do Oeste (PR), no dia 10-03.
Após a morte mais recente, a de Maurício Campos Rosa, a Repórteres sem Fronteiras condenou o crime e pediu que ele fosse investigado. Em um comunicado emitido pela ONG, o diretor para a América Latina, Emmanuel Colombié, assinalou: “Quantos jornalistas assassinados são necessários para que se comece a combater de forma mais sistemática o problema da violência contra os comunicadores no país?”. Ele afirmou ainda que a morte de Maurício “não deve cair no esquecimento, nem permanecer impune, como é infelizmente a regra para grande parte de casos semelhantes na América Latina”.
Um caso recente que ganhou visibilidade no Brasil foi o do repórter cinematográfico Santiago Andrade, que foi morto enquanto fazia a cobertura de um protesto de rua no Rio de Janeiro em fevereiro de 2014. Ele foi atingido por um rojão na cabeça e faleceu em decorrência dos ferimentos.
No ranking de liberdade de expressão elaborado pela Repórteres sem Fronteiras, o Brasil ocupa o 104º lugar, entre 180 países. Em 2002, o país chegou a ficar em 54º, sua melhor posição, mas vem em queda desde então.
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México e Brasil, entre os países mais perigosos para jornalistas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU