Caso dos 43 estudantes desaparecidos no México segue impune após dois anos

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Por: João Flores da Cunha | 28 Setembro 2016

No dia 26-09-2014, 43 estudantes desapareceram em Iguala, no estado de Guerrero, no México. O sumiço dos estudantes marcou o país e expôs a violência que domina o cotidiano dos mexicanos. Dois anos depois, a impunidade ainda ronda o caso, e o destino dos jovens é desconhecido.

Na tarde de 26-09-2016, as famílias dos estudantes e milhares de outras pessoas realizaram uma manifestação na Cidade do México em protesto pela impunidade. “Vivos os levaram, vivos os queremos”, era um dos cantos entoados pelos manifestantes.

As famílias e os manifestantes denunciaram a incapacidade do Estado mexicano de oferecer uma explicação para o desaparecimento dos estudantes. O governador do estado de Guerrero, Ángel Aguirre Rivero, renunciou ao cargo. O caso também provocou o início de uma trajetória descendente do presidente do país, Enrique Peña Nieto, que ostenta hoje os mais baixos índices de popularidade de um mandatário já registrados no país.

Recentemente, Tomás Zerón, o responsável no governo por investigar o caso, renunciou ao seu cargo de chefe da Agência de Investigação Criminal da Procuradoria Geral da República. Há suspeitas de que ele teria alterado provas e agido para acobertar o caso.

Os estudantes eram alunos de uma escola rural em Ayotzinapa e foram detidos pela polícia municipal de Iguala quando se dirigiam à capital do país para participar de uma manifestação. Não há clareza sobre o que ocorreu após esse fato.

De acordo com a investigação oficial, após serem sequestrados pela polícia municipal, os estudantes foram entregues para uma organização do narcotráfico local, que provavelmente os matou. Seus corpos teriam sido incinerados em um lixão, e as cinzas, lançadas em um rio. O prefeito de Iguala e sua mulher, que à época do crime lançava sua própria carreira política, foram responsabilizados pelo desaparecimento dos estudantes e estão presos.

No entanto, as famílias das vítimas e pesquisadores independentes jamais aceitaram a versão oficial, que não atribui responsabilidade a qualquer órgão federal de segurança. Há indícios de participação de dois policiais federais e de omissão de militares do Exército, que estava presente na região.

Pesquisadores independentes nunca encontraram indícios que sustentem a versão de que os corpos teriam sido queimados no local apontado pelo governo. Até hoje, foi encontrado o corpo de apenas um estudante. Ele tinha sinais de tortura.

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