06 Setembro 2016
Embora saudando o acordo de paz que marca o fim de cerca de 50 anos de conflito civil na Colômbia, o Papa Francisco recusou um convite a nomear um representante para ajudar a escolher os juízes daquilo que tem sido descrito como “tribunais de paz”.
Um comunicado da Secretaria de Estado do Vaticano de 31 de agosto dizia que o papa estava satisfeito com a notícia do acordo de paz alcançado entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, conhecido pela sigla “FARC”.
O texto é de Cindy Wooden, publicado por National Catholic Reporter, 01-09-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
O acordo entrou em vigor em 29 de agosto, pondo fim a cinco décadas de conflito que custou cerca de 220 mil vidas. As FARC e o governo colombiano deram início às negociações de paz em Cuba no final de 2012.
Segundo o Vaticano, o Papa Francisco “reitera seu apoio no objetivo de alcançar a concórdia e a reconciliação de todo o povo colombiano, à luz dos direitos humanos e dos valores cristãos que estão no centro da cultura latino-americana”.
A Secretaria de Estado reconheceu que o papa foi convidado em 12 de agosto “a nomear um representante para participar do Comitê de seleção dos Magistrados” para aquilo que tem sido chamado de uma Jurisdição Especial para a Paz. “No entanto, considerando a vocação universal da Igreja e a missão do sucessor de Pedro como Pastor do Povo de Deus, seria mais apropriado que esta tarefa seja confiada a outras instâncias”.
A Jurisdição Especial para a Paz irá incluir um painel de “verdade e reconciliação”, que ajudará as vítimas e familiares a descobrir o que aconteceu e receber indenização, bem como contará com tribunais encarregados de investigar supostas atrocidades cometidas tanto por forças do governo como por rebeldes, atuando nos processos daquelas pessoas acusadas de crimes de guerra e considerando os pedidos de anistia.
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Colômbia: Papa Francisco recusa convite para nomear representante a tribunais de paz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU