Por: Jonas | 29 Janeiro 2016
Todos os jornais do país, com exceção de um, publicaram hoje a foto de Francisco, que estende a mão ao presidente iraniano, Hassan Rohani. O único jornal que não fez isto foi Kayhan, próximo à direção de Ali Khamenei. Os comentários são muito positivos e destacam esta reunião entre o chefe da Igreja Católica e o presidente do Irã, realizada pela primeira vez em 16 anos.
A reportagem é de Darius Karimian, publicada por AsiaNews, 27-01-2016. A tradução é do Cepat.
Há dezesseis anos, em 1999, quem havia ido visitar o Vaticano foi Mohammad Khatami, na sequência, também esteve presente no funeral do Papa João Paulo II, em 2005. Pouco depois, durante a presidência de Mahmoud Ahmadinejad, o Irã foi considerado como um Estado pária, acusado de querer destruir Israel e realizar um programa de armas nucleares.
Todos os jornais concordam que esta visita ao Papa é o primeiro fruto e o primeiro resultado do acordo nuclear assinado em Genebra, no último mês de julho, entre Teerã e as grandes potências. Às pessoas comuns, no entanto, esta mensagem parece que não chegou: quanto perguntado aos transeuntes, muitos deles nem sequer sabiam que havia ocorrido um encontro.
O chanceler Javad Zarif, em sua conta de Twitter, ao comentar sobre a reunião no Vaticano, divulgou esta mensagem: “Compromisso mútuo na união dos esforços para um mundo contra a violência e contra o extermínio”.
O jornal Kayhan preferiu dar espaço aos contratos econômicos assinados com a Itália, destacando as necessidades sociais do país paralisado pelos anos de embargo.
Outro jornal on-line, Asriran, próximo ao presidente, mostra o grande valor do evento no Vaticano pelo próprio Rohani, em um momento no qual o mundo se coloca a comparar a política de Teerã e Riad no Oriente Médio. Apresentou toda uma série de fotos do Pontífice e de Rohani.
Rohani, que hoje partiu para Paris, também visitou o presidente italiano, o primeiro-ministro e uma associação de empresários, assinando contratos de 17 bilhões de euros. Isto também é visto como um “desfecho” da queda das sanções. Porém, no ciberespaço, há muitos intelectuais iranianos que criticaram a atitude do governo italiano que “evitou que Rohani ficasse envergonhado diante das estátuas nuas” no Capitólio. Nos corredores dos Museus do Capitólio, onde ocorreu a reunião entre o primeiro-ministro Matteo Renzi e o presidente iraniano, foram colocadas grandes telas para ocultar muitas estátuas nuas do período romano e helenístico. Comentários lascivos diziam: “evitam um momento embaraçoso e ganham muitos contratos econômicos com o Irã”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Francisco e Hassan Rohani: comentários entusiastas no Irã - Instituto Humanitas Unisinos - IHU