02 Outubro 2015
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, declarou nesta quarta-feira (30/09) que o governo palestino não irá mais cumprir legalmente o acordo de paz de Oslo com Israel. A medida foi anunciada durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
A reportagem foi publicada por Opera Mundi, 30-09-2015.
Assinado em 1993, o acordo marcava o processo de paz com Israel e a possibilidade de coexistência de dois Estados. Histórico, o tratado foi firmada pelo líder da OLP (Organização pela Libertação da Palestina), Yasser Arafat, e pelo premiê israelense, Yitzhak Rabin, em negociações mediadas pelo então presidente dos EUA, Bill Clinton.
"Declaramos que não podemos seguir legalmente obrigados por esses acordos assinados e que Israel deve assumir todas suas responsabilidades como poder ocupante, porque o status quo não pode continuar", argumentou Abbas.
Segundo o presidente da ANP, Israel "se nega a cumprir com os acordos" e a acabar com as atividades de assentamentos na Cisjordânia, o que transforma a Palestina "em uma autoridade sem poderes reais". "Nossa paciência chegou ao fim", sintetizou.
"A situação atual é insustentável. Nosso povo precisa de esperança genuína e de ver esforços críveis para acabar com esse conflito, pôr fim à miséria e conseguir seus direitos. Quanto tempo Israel seguirá acima da lei internacional, sem prestar contas?", questionou.
Em seu discurso, o presidente palestino também pediu às Nações Unidas proteção ao povo palestino. "Já não é útil gastar tempo em negociações pelo mero fato de negociar. O que se requer é mobilizar os esforços internacionais para supervisionar um fim da ocupação em linha com resoluções de legitimidade internacional", acrescentou.
Bandeira e Netanyahu
Ontem, Abbas já havia dito que faria um anúncio importante em Nova York. A Palestina foi reconhecida como Estado observador não membro das Nações Unidas em novembro de 2012.
Após as desclarações, o líder da ANP assistiu à cerimônia em que a bandeira da Palestina foi hasteada de forma inédita na sede da ONU. "É um "momento histórico", definiu.
Amanhã, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursará na Assembleia Geral da ONU. Esta é a segunda visita do chefe de governo israelense nos EUA este ano. Em março, ele foi ao Congresso em Washington, pressionar os deputados e senadores norte-americanos a se recusar a um programa nuclear iraniano.
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Em discurso na ONU, Abbas diz que não vai mais cumprir acordo de paz de Oslo com Israel - Instituto Humanitas Unisinos - IHU