Por: Jonas | 29 Julho 2013
O comandante de 110 homens do exército mais antigo e pequeno do mundo disse que os guardas estão prontos para proteger o Papa, que gostar de estar com as pessoas.
A reportagem é de Mercedes López San Miguel, publicada no jornal Página/12, 26-07-2013. A tradução é do Cepat.
O estilo espontâneo do papa Francisco é imprevisível para seus guarda-costas. Foi o que milhões puderam constatar no dia em que Pontífice chegou ao Rio de Janeiro, quando os seguranças faziam o impossível para não expô-lo, enquanto Francisco saudava pela janela do carro, inclusive, beijou o bebê de uma jovem que conseguiu encontrar um espaço entre os homens da segurança. O comandante da Guarda Suíça Pontifícia, Daniel Anrig (na foto, à direita do soldado Sebastian Roulin), visitou Buenos Aires junto com o soldado Sebastian Roulin para a abertura da mostra fotográfica Anjos da Guarda, que ocorreu ontem no Palácio San Martín. O jornal Página/12 conversou com os dois na residência do embaixador suíço Johannes Matyassy, numa mansão de Barrio Parque. Roulin, vestido com o uniforme colorido, precisou responder em pé, de acordo com o que as regras militares estipulam.
Fonte: http://goo.gl/pVqf4c |
Apenas alguns guardas suíços viajaram para o Brasil – destacou o comandante Anrig, 41 anos – porque a segurança em outro país é de responsabilidade das autoridades locais. Foi justamente o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que admitiu que ocorreu uma falha no esquema de proteção planejada para receber Francisco. O carro que transportava o Papa argentino entrou numa rua errada, no trajeto do aeroporto até a Catedral Metropolitana, e ficou preso no congestionamento. Acabou rodeado por milhares de peregrinos que lutavam com os guardas para tocar em Francisco. “A responsabilidade é nossa. Não vamos colocá-la em outros”, reconheceu o prefeito carioca. E o comandante não pôde mais acompanhar. É no Vaticano que, há cinco anos, a responsabilidade está nas mãos de Anrig. Consciente disso, o comandante de 110 homens do exército mais antigo e pequeno do mundo disse que os guardas estão bem preparados para proteger o novo Papa, que gosta do contato com as pessoas. “O estilo de Francisco é o de querer cumprimentar e tocar diretamente nos fiéis. Temos que lhe oferecer segurança não apenas de perto, também ao redor. Os meios de comunicação prestam atenção sobre o quanto as pessoas estão próximas dele, mas nós temos que ver a imagem completa”.
O soldado de 23 anos, Roulin, afirmou que sentiram a mudança de Ratzinger para Bergoglio. “Francisco é mais aberto às pessoas, e para nós é um pouco mais imprevisível”. Um guarda como ele jura defender o Papa, que é seu chefe máximo, com a própria vida. Roulin está para completar dois anos como soldado. Disse que se alistou por tradição, como suíço, como católico e também porque queria aprender italiano. “O uniforme inspira respeito, e as pessoas estão advertidas para respeitar as regras”, disse com orgulho. A Guarda Suíça foi fundada em 1506 pelo papa Julio II, um pontífice guerreiro que costumava conduzir suas tropas. Vinte e um anos depois, contou com sua primeira ação de defesa importante, no dia 6 de maio de 1527, data em que as forças espanholas e alemãs atacaram o papa Clemente VII. As condições para entrar na Guarda Papal são rigorosas: ser suíço, católico, solteiro e ter entre 19 e 30 anos. Roulin acrescentou outros dois elementos: ser discreto e fiel. Manteve sua discrição mantendo sua postura em pé e se negando a comentar a suposta relação sentimental entre um prelado (Battista Ricca) e um guarda suíço. Seu chefe Anrig esclareceu que ninguém de sua companhia esteve relacionado com essa informação proporcionada pelo semanário “L’Espresso”.
O tempo mínimo de serviço dos guardas suíços é de dois anos, renováveis, e obrigatoriamente precisam residir intramuros. Vigiam dia e noite (em turnos) todos os acessos ao Estado da Cidade do Vaticano e do Palácio Apostólico, residência do Papa. O pagamento que recebem é austero: entre 1000 e 1500 euros, embora a comida e a hospedagem sejam gratuitas. Os jovens entram neste serviço por razões diversas. A maioria sente que é por uma motivação religiosa ou militar. Os tempos mudam para uma instituição de mais de quinhentos anos. “A globalização e a comunicação, a todo o momento, fazem com que as pessoas visitem mais São Pedro. Isso é novo para nós e devemos estar atentos”, disse o comandante, que informou em poucas palavras a chave da filosofia dos também chamados Sentinelas do Papa: “Estar aí e servir”.
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“Francisco é um pouco imprevisível”, constata guarda suíço - Instituto Humanitas Unisinos - IHU