Por: Jonas | 12 Dezembro 2012
A Organização Mundial para a Agricultura e Alimentação (FAO) enviou, recentemente, um reconhecimento ao governo venezuelano pelas conquistas obtidas na erradicação da fome e da pobreza. É um dos países da região com os melhores indicadores.
A reportagem é publicada no jornal Página/12, 11-12-2012. A tradução é do Cepat.
O ministro de Alimentação da Venezuela, Carlos Osorio, no sábado passado, ressaltou que 98% dos venezuelanos tem acesso aos alimentos e podem realizar três ou quatro refeições diárias. Além disso, enfatizou que a Organização Mundial para a Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês) enviou ao governo venezuelano um reconhecimento pelas conquistas obtidas. “Mais de 80% da população tinha, em 2002, dificuldades para ter acesso aos alimentos e, dez anos depois, 98% da população ingere três ou quatro refeições diárias”, lembrou o ministro. E se referiu aos 2% restante. “1,6% tem acesso a duas refeições diárias, quanto ao restante, 0,4%, temos a tarefa de melhorar”, disse num ato televisivo de compra e venda de alimentos a preços subsidiados pelo Estado.
Osório explicou que há dez anos, no marco de uma greve geral, que durante 63 dias a oposição manteve para pressionar a renúncia do presidente Hugo Chávez, as grandes processadoras de alimentos paralisaram e as redes distribuidoras de alimentos trancaram suas portas para render o povo pela fome. Desde então, lembrou que o governo incentivou uma série de medidas. “Para que nunca mais os alimentos fossem utilizados como ferramenta política contra o povo”, aprofundou. Isto incluiu diversas iniciativas para aumentar e melhorar a produção, a produtividade e a distribuição. Sobre as importações de alimentos, em setembro, Chávez reconheceu que seu país, na atualidade, importa 37% da comida que seus concidadãos consomem. “Se nós excluirmos o trigo que importamos, estamos importando apenas 19% do que consumimos. Agora, incorporando o trigo, chegamos a 37%, quase 40%”, enfatizou.
Ele detalhou que o aparato produtivo nacional produz 100% do pescado, das hortaliças e das frutas ofertadas, além de 80% do frango e 70% da carne bovina consumidos no país. “Não falta muito para fazer, seremos a potência agrícola e exportadora de muitos destes alimentos”, explicou.
O ministro relatou que a Organização Mundial para a Agricultura e Alimentação enviou, recentemente, um reconhecimento ao governo e povo venezuelano pelas conquistas obtidas na erradicação da fome e da pobreza, uma das Metas do Milênio acordadas na Organização das Nações Unidas (ONU).
A FAO, que é um organismo especializado da ONU, em outubro, apresentou um novo relatório sobre a situação da alimentação no mundo. No texto, revelou que a América Latina e o Caribe reduziram a quantidade de pessoas que passam fome, de 65 milhões, entre 1990 e 1992, para 49 milhões de pessoas no período compreendido entre 2010 e 2012, e detalhou que a desnutrição nesta região baixou de 14,6% para 8,3%.
No texto, denominado “O estado de insegurança alimentar no mundo – 2012” (SOFI, sigla em inglês), informou que aproximadamente 870 milhões de pessoas sofreram desnutrição crônica entre 2010 e 2012, e que a grande maioria das pessoas que passam fome – 852 milhões – vivem em países em desenvolvimento, próximo de 15% de sua população, enquanto que 16 milhões de pessoas estão subnutridas nos países desenvolvidos. Outro dado que o relatório aponta é que, entre 1990 e 2010, o rendimento real per capita cresceu de 1 a 2% por ano, em nível global, e que a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de reduzir para a metade a proporção de pessoas que passam fome no mundo em desenvolvimento, em 2015, estaria ao alcance se fossem adotadas medidas adequadas. “Se a redução média anual da fome, nos últimos vinte anos, continuar até o ano de 2015, a porcentagem de subnutrição nos países em desenvolvimento alcançaria 12,5%. Embora acima da meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, de 11,6%, estaria muito mais próximo do que se pensava anteriormente”, detalhou o relatório.
O organismo, por meio de seu texto, advertiu que o crescimento econômico é necessário, mas não é suficiente para acelerar a redução da fome e da desnutrição, e indicou que há muitas circunstâncias pelas quais os pobres não se beneficiam suficientemente do crescimento econômico. No texto, estima-se que isto pode acontecer porque o crescimento se origina em setores que não geram emprego suficiente para os pobres ou porque carecem de um acesso seguro e equitativo aos recursos produtivos, em particular a terra, a água ou o crédito.
Para a FAO, principalmente na Europa Oriental e América Latina, onde o relatório considera que a pobreza é primariamente urbana, um maior setor de produção agrícola pode ajudar a limitar o aumento dos preços dos alimentos e melhorar o poder de compra dos pobres urbanos, que gastam uma grande porção de seus rendimentos em alimentos.
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Venezuela recebe reconhecimento pela erradicação da fome e da pobreza - Instituto Humanitas Unisinos - IHU