As coisas nem sempre são o que parecem

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25 Setembro 2020

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Mateus 21,28-32, que corresponde ao 26° Domingo do ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. 

Eis o texto.

A parábola é uma das mais claras e simples. Um pai aproxima-se dos seus dois filhos para pedir-lhes que trabalhem na vinha. O primeiro responde com uma negativa rotunda: “Não quero”. Então ele pensa melhor e vai trabalhar. O segundo reage com docilidade ostensiva: “Claro que vou, senhor”. No entanto, tudo permanece em palavras, porque não vai para a vinha.

Também a mensagem da parábola é clara e fora de toda a discussão. Diante de Deus, o importante não é “falar”, mas fazer; o decisivo não é prometer ou confessar, mas cumprir sua vontade. As palavras de Jesus não têm nada original.

O original é a aplicação que, de acordo com o evangelista Mateus, Jesus lança aos líderes religiosos da sociedade: “Eu vos asseguro: os publicanos e prostitutas vão à vossa frente no caminho do reino de Deus”. Será verdade o que diz Jesus?

Os escribas falam constantemente da lei: o nome de Deus está sempre nos seus lábios. Os sacerdotes do templo louvam a Deus sem descanso; as suas bocas estão cheias de salmos. Ninguém duvidaria que fazem a vontade do Pai. Mas as coisas nem sempre são como parecem. Os cobradores de dívidas e prostitutas não falam a ninguém de Deus. Faz tempo que esqueceram a sua lei. No entanto, segundo Jesus, vão à frente dos sumos sacerdotes e escribas no caminho do reino de Deus.

Que podia ver Jesus naqueles homens e mulheres desprezados por todos? Talvez sua humilhação. Talvez um coração mais aberto a Deus e mais necessitado do seu perdão. Quem sabe uma compreensão e uma proximidade maior com os últimos da sociedade. Talvez menos orgulho e prepotência que a dos escribas e sumos sacerdotes.

Os cristãos, enchemos de palavras muito bonitas a nossa história de vinte séculos. Construímos sistemas impressionantes que recolhem a doutrina cristã com profundos conceitos. No entanto, hoje e sempre, a verdadeira vontade do Pai é feita por aqueles que traduzem em atos o evangelho de Jesus e por aqueles que se abrem com simplicidade e confiança ao seu perdão.

 

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