09 Agosto 2018
A Federação Luterana Mundial (FLM) está preocupada com o impacto de uma nova lei aprovada pelo parlamento israelense sobre os direitos humanos das minorias. A lei, aprovada em 19 de julho, define Israel como o "lar nacional do povo judeu" e limita o "direito a exercer a autodeterminação nacional no Estado de Israel é exclusivo do povo judeu”.
A informação é publicada por The Lutheran World Federation, 07-08- 018. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
Em um comunicado, o bispo Ibrahim Azar, da Igreja Evangélica Luterana da Jordânia e da Terra Santa (ELCJHL), que é membro da FLM, expressou preocupação com as consequências desta lei para outros grupos religiosos de Israel. Ele comparou a lei ao apartheid, considerando-a "fundamentalmente divisionista, racista e destrutiva". A maioria dos cristãos da Terra Santa, bem como os 3.000 membros do ELCJHL, são palestinos falantes de árabe.
Em 19 de julho, o Knesset (parlamento israelense) aprovou uma lei que define Israel como Estado judeu e o hebraico como língua principal. A lei também incentiva a formação de assentamentos judaicos.
"Declarar que Israel não é mais a 'casa' dos não judeus, ou dos cidadãos que representam a cultura árabe, oficialmente criou uma subclasse de pessoas no país", escreve Azar. “Esta lei exclui deliberadamente 1,5 milhão de cidadãos de Israel que se identificam como Árabes Israelenses. Além disso, ignora a presença de cidadãos e residentes membros de outros grupos religiosos e suas contribuições significativas à sociedade israelense."
“Esta lei exclui deliberadamente 1,5 milhão de cidadãos de Israel que se identificam como Árabes Israelenses. Além disso, ignora a presença de cidadãos e residentes membros de outros grupos religiosos e suas contribuições significativas à sociedade israelense" — Bispo Ibrahim Azar, ELCJHL.
"Apoiamos nossa Igreja, a Igreja Evangélica Luterana da Jordânia e da Terra Santa, pois ela sofre discriminação e exclusão", disse o Rev. Martin Junge, secretário geral da FLM. "Estamos muito preocupados com o impacto desta lei sobre as igrejas cristãs na Terra Santa, que já estão sob grande pressão. Também estamos preocupados com as implicações desta lei sobre os diferentes grupos religiosos na Terra Santa. A coexistência pacífica está ameaçada."
Outros líderes religiosos, entre eles as igrejas locais, expressaram preocupação a respeito da lei de Estado-nação.
Na reunião anual em junho, a FLM aprovou uma declaração pública sobre a Palestina, afirmando "que a FLM apoiava a solução da criação de dois Estados para resolver o conflito entre Israel e Palestina" e a percepção da FLM sobre Jerusalém "como capital compartilhada entre os dois os povos e as três religiões", em oposição a “todas as ações que buscam mudar o status quo não apresentam um acordo final".
A Igreja Evangélica Luterana da Jordânia e da Terra Santa tem sede em Israel, na Jordânia e em territórios palestinos. A FLM também tem um programa de desenvolvimento nos territórios palestinos, oferecendo formação vocacional aos jovens. O hospital da FLM Augusta Victoria, no leste de Jerusalém, oferece assistência à saúde especializada aos palestinos em Gaza e na Cisjordânia.
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Luteranos preocupados com a lei de Estado-nação judeu - Instituto Humanitas Unisinos - IHU